Controlador de Brasília se nega a falar sobre ponto cego

O sargento e controlador de vôo do Cindacta-1 de Brasília, Felipe Santos dos Reis, não negou nem confirmou a existência de pontos cegos no controle aéreo na região amazônica, onde ocorreu o acidente com o avião da Gol, em 29 de setembro do ano passado, matando 154 pessoas. Indagado pelos advogados de defesa dos pilotos do jato Legacy, Joseph Lepore e Jan Paladino, afirmou: "Prefiro não responder". Ele foi o primeiro controlador de vôo a depor na Justiça Federal em Sinop, no Mato Grosso, no processo que apura as causas do acidente.

Felipe Reis afirmou que autorizou o vôo até a região de Brasília. "Eu só posso responder pelo meu setor", disse o controlador de vôo. Ele disse ainda ao juiz federal Murilo Mendes que não sabe falar inglês. "Você sabe falar, por exemplo, sua mulher está doente?", questionou o juiz. O controlador respondeu que não.

Segundo a denúncia do procurador Thiago Lemos de Andrade, Felipe Reis deu instruções erradas aos pilotos do jato executivo Legacy não informando sobre as mudanças de nível que deveriam ocorrer durante o trajeto da aeronave de São José dos Campos, em São Paulo, a Manaus, no Amazonas. Os próximos depoimentos marcados são de Jomarcelo Fernandes dos Santos, Lucivando Tibúrcio de Alencar, Leandro José Santos de Barros. Não há previsão para término dos interrogatórios.

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