Como em 1940, Brasil tem 16 milhões de analfabetos

São Paulo – A taxa de analfabetismo de pessoas de dez anos ou mais de idade no País foi reduzida em cinco vezes, comparando-se os Censos de 1940 e 2000, passando de 56,8% para 12,1% no período, segundo mostra estudo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Curiosamente, em números absolutos, segundo os técnicos do instituto no documento de divulgação, o Brasil tinha, em 1940, a mesma quantidade de analfabetos que no ano 2000, de 16,4 milhões.

Nos dois censos persistiram as diferenças regionais. Enquanto em 2000 foram reveladas taxas de analfabetismo que oscilavam entre 5,3% para Santa Catarina e 30,1% para Alagoas, em 1940 elas oscilavam entre 34,1% para o Rio de Janeiro e 80,5% para a região Centro-Oeste. Em 1940, menos de um terço das pessoas entre 7 e 14 anos freqüentava a escola, enquanto em 2000, a taxa de escolarização passou para quase 95% das crianças nessa faixa. Os números compõem a pesquisa ?Tendências Demográficas: uma análise da população com base nos resultados dos Censos Demográficos de 1940 e 2000?, divulgada ontem pelo IBGE.

O estudo também mostra que as pessoas que se autodeclararam como brancas, em 1940, representavam 63,4% da população e, de acordo com o censo 2000, houve redução para 53,7%, segundo o IBGE. Também decresceu a proporção de pretos, de 14,6% para 6,2%. O número de pessoas que se declararam pardas aumentou de 21,2%, em 1940, para 38,5% em 2000, ?reflexo do processo de miscigenação racial?, segundo destacam os técnicos do instituto. O Censo de 1940 não incluiu os indígenas, que foram contados no censo 2000: 734 mil em todo território nacional, ou 0,4% dos brasileiros.

A comparação dos censos também revela uma expressiva redução de católicos apostólicos romanos, de 95% para 73,6% da população brasileira no período 1940 a 2000. Enquanto isso, os evangélicos cresceram de 2,6% para 15,4%. O estudo mostra que em 1940, o Nordeste concentrava 98,9% dos católicos do Brasil e no Censo de 2000, a região manteve-se com a maior proporção de católicos (79,9%).

Em relação aos evangélicos, o Sul apresentava o maior percentual regional (8,9%), enquanto em 2000 esta liderança foi ocupada pela região Norte (19,8%). O Piauí manteve-se como o estado com o maior percentual de católicos entre a década de 40 (99,6%) e o ano 2000 (89,8%).

Por fim, a população do Brasil aumentou quatro vezes entre 1940 e 2000, e passou de 41,2 milhões para 169,8 milhões de habitantes, segundo mostra o estudo do IBGE. Além disso, em 1940, havia equilíbrio entre o número de homens e mulheres (20,6 milhões); em 2000, o contingente feminino (86 milhões) ultrapassou o masculino (83,6 milhões).

Segundo o estudo, na década de 40, os cinco estados mais populosos do Brasil eram São Paulo, Minas Gerais, Bahia, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul, nessa ordem. Em 2000, a Bahia trocou de posição com o Rio de Janeiro. Em 1940, o município do Rio de Janeiro destacava-se como o de maior população, seguido dos municípios de São Paulo, Recife, Salvador e Porto Alegre. Em 2000, São Paulo era o mais populoso, concentrando 6,1% do efetivo populacional do País.

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