Colegas de estudante assassinado fazem ato na Paulista

Uma mobilização na internet levou nesta quinta-feira alunos da Faculdade Cásper Líbero a fecharem ao meio-dia três faixas da Avenida Paulista. O ato reuniu cerca de 300 pessoas, segundo a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET).

Entre os que participaram do ato estava a namorada da vítima, Isadora Dias, de 19 anos. “Não é nem raiva. É vergonha. Ele estava a três minutos da casa dele (ao ser morto). Todo mundo tinha acabado de falar com ele e em três minutos mudou tudo”, disse, indignada.

Abalada, ela agradeceu a solidariedade dos amigos de Victor Hugo, “o Depp guerreiro”, como os manifestantes repetiram diversas vezes, com palmas no percurso de 1h15 pela Paulista. Eles cantaram também o hino do Santos, para o qual o jovem torcia.

Cinco mil convites foram enviados pelo Facebook. A ideia partiu do estudante de Relações Públicas da Cásper Francisco Moretti, que como outros colegas de curso tinha escrito na testa a palavra “paz”. “Não foram os organizadores do evento que conseguiram isso (a mobilização). Quem conseguiu isso for o Victor mesmo, com toda a bondade que tinha no coração.”

“Foi comoção geral quando todo mundo soube da morte. Logo de madrugada o grupo da faculdade já sabia”, relatou o aluno de Publicidade e Propaganda Rodolfo Reis. Ele carregava um cartaz em que estava escrito “O Victor Hugo de hoje pode ser você amanhã”. O ato também serviu como um protesto contra a impunidade no País. Ao final, foram soltos cerca de mil balões brancos no ar, pedindo mais paz e justiça.

Lamento – O técnico audiovisual do curso de Rádio e TV Antonio Paixão assistiu ao lançamento dos balões na frente da escadaria do edifício onde fica a faculdade. Ele encontrou a vítima pela última vez no dia da morte, pela manhã. Paixão havia colocado Victor Hugo na lista dos alunos que conheceu e sabia que teria uma carreira promissora. “Eu o conhecia desde o primeiro ano do Curso de Radio e TV. Ele falou para mim que queria ser apresentador de TV, que estava estagiando em um canal de televisão. Ele tinha futuro.” As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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