Preso na manhã deste sábado (22/11), Jair Bolsonaro tentou romper a tornozeleira eletrônica poucas horas antes da detenção. De acordo com a Petição (Pet) 14.129, o ministro Alexandre de Moraes registrou uma tentativa de violação do equipamento às 0h08, identificada pelo Centro de Integração de Monitoração Integrada do Distrito Federal. Segundo o documento, a ação teria como objetivo viabilizar uma possível fuga.
O minIstro do STF afirma ainda que o Centro de Integração de Monitoração Integrada do Distrito Federal comunicou a ocorrência de violação do equipamento de monitoramento eletrônico de Bolsonaro na madrugada deste sábado: “A informação constata a intenção do condenado de romper a tornozeleira eletrônica para garantir êxito em sua fuga, facilitada pela confusão causada pela manifestação convocada por seu filho”, diz o texto.
A decisão destaca que a prisão não tem relação com a condenação já imposta ao ex-presidente pelo Supremo Tribunal Federal (STF) nem com a manifestação realizada em frente ao condomínio onde ele mora. A petição aponta que a vigília, convocada pelo senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), poderia servir como cobertura ou distração para facilitar uma evasão.
O texto também menciona a localização estratégica da residência. O condomínio onde Bolsonaro vive está a cerca de 13 quilômetros da Embaixada dos Estados Unidos, percurso que pode ser feito em aproximadamente 15 minutos de carro. Em uma condenação anterior, Bolsonaro teria buscado asilo político na Embaixada da Argentina, o que reforçou o alerta ao Supremo sobre risco de fuga.
Com o trânsito em julgado da sentença de 27 anos e 3 meses de reclusão se aproximando, Moraes concluiu que a prisão domiciliar já não seria suficiente para impedir uma fuga, mesmo com uso de tornozeleira eletrônica e monitoramento constante da Polícia Federal.
Bolsonaro está detido em uma cela especial na sede da Polícia Federal, em Brasília. A audiência de custódia foi marcada para este domingo (23), ao meio-dia.



