Blitze fecham bingos em São Paulo, Minas Gerais e Goiás

Foto: Renato Weil/O Estado de Minas

Policiais fecham bingo em BH: 18 prisões.

São Paulo – Três ações simultâneas fecharam ontem casas de bingos e estabelecimentos comerciais com máquinas caça-níqueis nos estados de São Paulo, Minas Gerais e Goiás.

Em Minas Gerais, a operação se concentrou em Belo Horizonte. Mais de 120 policiais participaram da operação, determinada pelo Juizado Especial Criminal de Minas. Em um dos estabelecimentos, 18 funcionários foram presos. Os bingos funcionavam graças a liminares expedidas pela 2.ª Vara da Fazenda Municipal.

Em Goiânia, a Polícia Federal deflagrou a Operação Game Over para apreender cerca de 600 máquinas caça-níqueis, videobingo e videopôquer. Segundo a PF, os oito mandados de busca e apreensão em casas de bingo e depósitos da cidade foram cumpridos.

Desde abril de 2006, a Prefeitura de São Paulo realiza operações de combate aos bingos no município. Até segunda-feira, 86 haviam sido fechadas, sendo 18 deles apenas nos últimos três dias.

AGU apura denúncia contra procuradores

Brasília (AE) – A Advocacia Geral da União (AGU) abriu investigação interna sobre denúncia de envolvimento de dois procuradores da Fazenda Nacional em delitos apurados nas operações Hurricane (Furacão) e Têmis. Os dois procuradores são Cesar Palmieri, do Rio de Janeiro e Sérgio Ayala, de São Paulo.

Palmieri teria apresentado o desembargador Luiz Ernesto da Luz Pinto Dória a integrantes da chamada máfia dos jogos ilegais, segundo depoimento do próprio Dória. No caso de Ayala, há suspeita de que tenha sido omisso, ao permitir que máquinas de jogos entrassem no País. Na sexta-feira, em São Paulo, documentos foram apreendidos na residência de Ayala e na procuradoria.

O corregedor-geral da União, Aldemário Araújo Castro, informou que os procedimentos da investigação interna são preliminares. Só depois de caracterizada eventual infração é que será aberto um processo administrativo disciplinar. Nesse caso, três punições são possíveis: advertência, suspensão por 90 dias e demissão.

Chinaglia critica foro privilegiado

Brasília (AE) – O presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), criticou as polícias que apenas agem para reprimir os jogos ilegais, como a exploração de máquinas caça-níqueis, depois que eles já estão em funcionamento, mesmo sabendo que são proibidos. ?O que eu lamento é que, mesmo havendo a proibição, os poderes responsáveis pela repressão não o façam. Para mim é inadmissível que as decisões venham após o fato consumado?, disse Chinaglia. ?Os poderes tinham de agir para impedir, dado que a lei não permite?, completou.

De forma indireta, Chinaglia questionou a falta de transparência no caso do foro privilegiado que permitiu ao Supremo Tribunal Federal (STF) soltar os magistrados que foram presos na Operação Hurricane (furacão, em inglês) da Polícia Federal (PF). ?Pelas manifestações da Ordem dos Advogados do Brasil, aqueles que são profissionais do Direito entendem que o Supremo deveria de alguma maneira explicitar quais são os critérios do chamado foro privilegiado ou não?, disse Chinaglia.

O presidente da Câmara, no entanto, considerou que a sociedade está atenta e que não haverá forma de evitar o julgamento dos envolvidos nas supostas ilegalidades. ?Não tenho alcance jurídico e não me cabe julgar decisões de outro poder. Creio que não há possibilidade de, por caminhos outros, não se fazer Justiça. A sociedade está acompanhando e o próprio Poder Judiciário, em algum momento, vai julgar?, afirmou.

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