Sem uma proposta concreta do governo a cúpula do PMDB decidiu, ontem, durante almoço em Brasília, aguardar uma definição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre a participação do partido no ministério. ?Vamos aguardar nos estados?, disse o líder do PMDB no Senado, Renan Calheiros (AL). ?Combinamos esse procedimento entre nós. Não dá para falar de possibilidades?. Todos os integrantes da cúpula do PMDB sairam repetindo o mesmo discurso: esperar uma manifestação do governo. ?Eles (o presidente e ministros) é que nos chamaram?, disse o presidente do PMDB, Michel Temer. ?Eles é que têm que definir. Pedimos para concretizar a proposta. Tudo depende do governo?.
Temer chegou a ser irônico, dizendo que pelo tamanho do partido, o PMDB precisaria mais de três ministérios. Mas, segundo Renan Calheiros, o PMDB ficaria satisfeito se governo apresentar uma única solução, já que anteontem, em reunião na residência do presidente do Senado, José Sarney (AP), o ministro-chefe da Casa Civil, José Dirceu, mencionou, segundo os peemedebistas, vários cenários. ?A reunião foi rápida. Não avançamos nada?, disse Temer. Os peemedebistas disseram que, no almoço de ontem, não definiram nomes para os postos que lhes forem oferecidos. ?Foi um encontro de amizade?, disse Sarney. ?Não discutimos nomes. Não definimos nenhum nome porque, na verdade, o PMDB fez um apoio ao governo que foi político. Estamos, agora, sendo convocados para uma participação no governo. Mas não estamos pressionando. Não estamos exigindo nem estamos reivindicando nada. O PMDB mantém-se na posição que sempre teve: colaborar com o País e ajudar o governo?.
José Sarney quis com isso, negar pressão do partido para que o governo resolva o assunto de uma vez por todas.