Assessor de deputado é preso pela Polícia Federal em Brasília

A Polícia Federal prendeu em Brasília, nas investigações da Operação Carranca, Eurípedes Marinho Santos, assessor parlamentar do deputado Joaquim Beltrão (PMDB-AL). Santos teria ligações com o grupo de empresários que fraudava licitações de obras públicas feitas com recursos federais em Alagoas, entre 2004 e 2007. O rombo apurado até o momento é de R$ 20 milhões.

Santos foi preso anteontem, mas só ontem seu nome foi confirmado. O deputado é sobrinho de Zoraide Beltrão, dona do frigorífico Mafrial, de Alagoas, que o presidente licenciado do Senado, Renan Calheiros (PMDL-AL), usou para justificar um patrimônio de R$ 1,9 milhão com venda de gado.

Apesar de estar trabalhando no gabinete de Beltrão, o assessor parlamentar atuava no período em que ocorreu a maior parte das fraudes no gabinete do deputado Helenildo Ribeiro (PSDB-AL), morto em 2006. Ribeiro era pessoa de confiança do atual governador de Alagoas, Teotônio Vilela Filho (PSDB). Procurado ontem, o governador não foi encontrado. Beltrão informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que não tem nenhum envolvimento com o caso e, no período das fraudes, Santos não trabalhava para ele.

Ao todo foram presas 21 pessoas, entre empresários, secretários municipais, um ex-prefeito, um vereador, funcionários do Departamento Nacional de Obras contra as Secas (DNOCS), da Caixa Econômica Federal e um professor da Universidade Federal de Alagoas. O procurador do Ministério Público Federal Rodrigo Tenório afirmou que os nomes não serão divulgados oficialmente, pois as investigações estão em andamento.

O esquema desmontado pelo Ministério Público e pela PF era investigado desde fevereiro de 2006, por causa de uma auditoria em convênios realizada pela Controladoria-Geral da União (CGU), que constatou a atuação de grupos de empresários agindo em conluio para fraudar contratos de prefeituras feitos com dinheiro da União.

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