Apesar de negar, Celso Amorim afirma que não se pode dizer “nunca” a OMC

A aparições seguidas do chanceler Celso Amorim na sede da Organização Mundial do Comércio (OMC) e sua liderança no grupo dos países emergentes alimenta comentários cada vez mais freqüentes de que o brasileiro estaria se preparando para se candidatar ao posto de diretor-geral da entidade máxima do comércio. Questionado por jornalistas estrangeiros, Amorim negou tal possibilidade. "Nunca", respondeu. Logo depois, porém, disse: "Nunca devemos dizer nunca.

A OMC é atualmente conduzida pelo francês Pascal Lamy, que tem mais três anos de mandato. No caso de Amorim, o governo de Luiz Inácio Lula da Silva também terminará em três anos. Tradicionalmente, a entidade foi chefiada por um representante de um país rico. Mas, desde a atual década, uma pressão cada vez maior existe para que haja uma alternância na direção entre países ricos e emergentes.

Em 1999, o neozelandês Mike Moore assumiu o comando da entidade, seguido pelo tailandês Supachai Panitchpakdi, o primeiro representante de um país emergente em mais de 50 anos desde a criação do sistema multilateral do comércio. Supachai foi então substituído por Lamy, em uma campanha que contou com o candidato brasileiro Luis Felipe de Seixas Correa.

Amorim faz de tudo para evitar dar uma indicação do que fará nos próximos anos. Questionado se iria continuar no cargo de chanceler, deixou claro que a decisão é de Lula. "Não é para mim que essa pergunta deve ser feita. Eu não tenho outros planos e acho que temos tido uma política externa inovadora", afirmou, destacando a aproximação com a África e outras iniciativas.

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