Brasil e Bolívia adiaram reunião sobre energia “para avaliar propostas”

Brasília – Pela segunda vez consecutiva, Brasil e Bolívia adiam reunião para tratar de questões ligadas à agenda energética bilateral, após o decreto de nacionalização de reservas e ativos das empresas de petróleo, publicado em 12 de setembro. A medida atingiu diretamente a Petrobras. Na ocasião, o encontro então marcado para o dia 15 daquele mês, em La Paz, foi adiado a pedido do governo brasileiro para 9 de outubro.

Ontem (5), porém, os ministros de Minas e Energia do Brasil, Silas Rondeau, e de Hidrocarbonetos e Energia da Bolívia, Carlos Villegas, adiaram a reunião mais uma vez. Em comunicado conjunto, afirmaram que ?a decisão visa permitir que a YPFB [estatal boliviana do petróleo] e a Petrobras tenham o tempo necessário para avançar na avaliação das propostas técnicas bilaterais em andamento?. Ainda não há data agendada para a próxima reunião. A partir desse encontro, dentre outras definições, o Brasil poderá decidir se fará ou não mais investimentos no setor energético boliviano.

No dia 12 de setembro, a Bolívia publicou a Resolução Ministerial 207/2006, que estabelece novas condições de produção, transporte, refino, armazenamento e comercialização de petróleo e gás liquefeito de petróleo (GLP), inclusive todas as etapas da cadeia de preços dos derivados. A medida estatiza a cadeia produtiva do setor, além das petrolíferas terem que entregar os combustíveis líquidos à YPFB que se encarregará da comercialização no mercado interno e externo.

Os problemas nas relações da estatal brasileira com o governo boliviano vêm se arrastando desde o dia 1º de maio deste ano, quando o presidente da Bolívia, Evo Morales, baixou ?decreto Supremo? nacionalizando ativos e reservas das empresas petrolíferas no país, e ainda mandou o Exército ocupar as refinarias.

Desde então, as negociações entre os dois países vêm se arrastando em torno das dificuldades de implementação do decreto e da insistência da YPFB de aumentar o preço do gás natural importado pela Petrobras.

Voltar ao topo