Botijão de gás a R$ 30 e ANP admite intervir

Com o aumento de 22,8% que começou a vigorar ontem nas refinarias, o gás de cozinha (GLP) passou a custar em média R$ 28 em Curitiba e região, com os preços do bujão de 13 quilos oscilando entre R$ 26 e R$ 30. Isso significa alta de 27,2% sobre o preço médio da semana passada (R$ 22). Por causa da elevação de preço, o volume de compras para consumo residencial caiu pela metade em relação aos dias normais.

O diretor-geral da ANP (Agência Nacional do Petróleo), Sebastião do Rego Barros, disse ontem em Brasília, que a agência pode voltar a controlar os preços dos combustíveis caso sejam confirmadas cobranças de preços abusivos. Rego Barros disse que uma resolução do CNPE (Conselho Nacional de Política Energética), divulgada em agosto, permite que a agência volte a controlar os preços.

“Não há consumidores. O mercado previamente avisado se abasteceu. Quem não comprou fica com botijão vazio e até espera o preço baixar se tiver um reserva”, diz Stelios Chomatas, presidente do Sinregas (Sindicato dos Revendedores de Gás do Paraná). “Só compra o consumidor industrial, quem precisa cozinhar para vender ou quem faz aquecimento de ambiente ou água”, detalha. O bujão de 45 quilos, usado pelos grandes consumidores passou de R$ 98 a R$ 118, para R$ 120 a R$ 138.

Os índices de reajuste aplicados pelas distribuidoras da Grande Curitiba foram bem variados. Na Ultragaz, o bujão de 13 quilos entregue em domicílio encareceu 45%, de R$ 20 para R$ 29. A Supergasbrás majorou o GLP em 16,25%, passando de R$ 24 para R$ 27,90. Já a Minasgás aplicou aumento de 11,88%, passando a vender por R$ 27,30 o botijão comercializado antes por R$ 24,40. Enquanto na Liquigás a alta foi de 5,88%, de R$ 25,50 para R$ 27.

“Tenho certeza que aqueles que se apressaram em cobrar mais, deverão recuar os preços em alguns dias”, diz Chomatas. Segundo ele, a vontade do consumidor determinará o preço do GLP. “O comércio depende da venda. Se perceber que isso parou de acontecer, acaba criando uma situação de desconto imediatamente para buscar mercado”, afirma. Na avaliação dele, R$ 28 é o preço ideal para remunerar toda a cadeia. Chomatas alerta a população que cuide com os produtos muito baratos. “Nem sempre eles estão cheios”, adverte.

Gasolina subiu 12,07% em média

Olavo Pesch

O preço médio da gasolina em Curitiba aumentou 12,07% da quarta-feira passada até esta segunda-feira, passando de R$ 1,707 para R$ 1,913, segundo pesquisa divulgada ontem pelo Procon/PR (Coordenadoria de Proteção e Defesa do Consumidor). O levantamento feito em 66 postos de combustíveis apontou ainda elevação de 28,99% no valor médio do litro do álcool (de R$ 0,952 para R$ 1,228). Já a gasolina aditivada teve alta média de 11,76% no mesmo período, saltando de R$ 1,743 para R$ 1,948.

De acordo com a pesquisa, a variação entre o menor e o maior preço praticado para o álcool foi de 32,48% (R$ 1,019 a R$ 1,350), para a gasolina comum foi de 20,78% (R$ 1,728 a R$ 2,087) e para a gasolina aditivada foi de 13,35% (R$ 1,790 a R$ 2,029). A relação dos postos e preços está disponível na internet, no site www.pr.gov.br/proconpr.

Para o coordenador do Procon/PR, Naim Akel Filho, o processo de reajuste ainda está muito instável. “Já está havendo refluxo nas remarcações em alguns postos que subiram além do que deveriam num primeiro momento”, observa. O posto de Curitiba que vendia o litro mais caro da gasolina na segunda feira (a R$ 2,08) baixou ontem para R$ 2,04. “Esses postos que na segunda-feira estavam num preço maior que hoje (ontem) não compraram gasolina mais barata ontem (anteontem) do que hoje (ontem). Viram que a maioria dos postos trabalha com margem mais baixa e se ficarem com preço alto, ficam fora do mercado”, avalia Akel.

“O que não queremos é que aconteça algum acordo por parte do sindicato e o novo preço seja determinado de forma artificial. O mercado tem que se regular e está se regulando”, considera o coordenador do Procon/PR. Akel orienta que a população exerça controle sobre o preço, prestigiando os postos que estão com os preços mais baratos.

Roberto Fregonese, presidente do Sindicombustíveis/PR (Sindicato do Comércio Varejista de Combustíveis do Paraná), acredita que os preços já estejam se acomodando. “Ainda aguardamos a divulgação da pauta do ICMS pela Receita Estadual, mas os preços não vão se alterar em demasia”, considera. A orientação do sindicato aos donos de postos é que cada um defina seu preço conforme a planilha de custos. “Mas o conselho não adianta muito, porque todo mundo olha para o preço do vizinho. Não se vende gasolina, se vende preço. Isso é ruim, porque acaba alinhando”, reconhece Fregonese.

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