Bolívar amordaçado

Correu mundo e ainda renderá muitos comentários o ?cala-boca? proferido pelo rei Juan Carlos, da Espanha, ao assanhado presidente da Venezuela Hugo Chávez, na recente reunião da Cúpula Ibero-Americana em Santiago do Chile.

Chávez criticava com sua proverbial verbosidade o ex-presidente do governo espanhol, José María Aznar, chamando-o de fascista, quando foi interrompido pelo atual primeiro-ministro José Luis Zapatero, que de pronto rotulou as diatribes como falta de respeito aos cidadãos que votaram livremente para eleger o referido político.

Foi nesse momento que o rei Juan Carlos bradou ao autoproclamado herdeiro espiritual de Simon Bolívar: ?Por que não te calas!?. Não poderia ter sido outra a reação do monarca espanhol, mesmo considerando o rigor protocolar de um encontro de chefes de Estado e de governo de países soberanos, como é o caso do próprio Chávez.

Sem entrar no mérito da questão, é inegável a antipatia espargida pelo presidente venezuelano em qualquer lugar que vá, a não ser Cuba, Bolívia, Equador, Nicarágua, Irã e, ao que se supõe pelas declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no Brasil.

Lula repetiu que não se pode atacar Chávez por falta de democracia, mesmo sabendo que as instituições venezuelanas se agacham ao alvedrio do Palácio Miraflores, e o Congresso inteiramente composto por chavistas está prestes a aprovar a reeleição ilimitada do coronel empavonado e falastrão.

Na Venezuela há tanta democracia quanto na Uganda de Idi Amin Dada.

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