Bate-boca na sessão conjunta das CPIs dos Correios e do Mensalão

A primeira sessão conjunta das comissões parlamentares (CPMIs) da Compra de Votos e dos Correios, marcada para ouvir o sócio do empresário Marcos Valério na agência de publicidade SMP&B, Cristiano Paz, começou com tumulto e bate-boca.

A confusão teve início quando o deputado Júlio Redecker (PSDB-RS) afirmou que o vice-presidente da CPMI da Compra de Votos, deputado Paulo Pimenta (PT), entrou no carro de Marcos Valério na garagem do Senado, após o término do depoimento do empresário nesta madrugada.

Pimenta, então, informou que foi checar informações sobre uma nova lista que teria sido distribuída na CPMI. Essa nova lista conteria nomes de outras pessoas que receberam dinheiro do empresário.

Nesta terça-feira, durante seu depoimento à CPMI da Compra de Votos, Valério distribuiu uma lista com o nome de pessoas que teriam realizado daques em suas contas em 1998, durante a campanha a governador de Minas Gerais do atual presidente do PSDB, senador Eduardo Azeredo.

"Quis checar as informações com ele porque uma lista tinha 79 nomes (sic) e a outra tinha muito mais nomes", disse.

A lista a qual Pimenta diz que teve acesso conteria informações de um processo que tramita no Supremo Tribunal Federal (STF) contra Marcos Valério, o presidente do PSDB, senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG) e o vice-governador de Minas Gerais, Clésio Andrade.

O senador Sérgio Guerra (PSDB-PE) disse que pretende solicitar providências contra o deputado petista. Já a deputada Zulaiê Cobra (PSDB-SP) criticou o fato de Pimenta ter entrado no carro de Valério. "Temos que ter ética, temos que ter moral", disse.

A senadora Ideli Salvati (PT-SC), por sua vez, disse que há uma "síndrome das listas" e que a CPMI dos Correios já possui o documento enviado pelo Supremo Tribunal Federal e a intenção é repassá-lo à comissão que investiga a compra de votos.

Pimenta disse não saber quem distribuiu a lista na noite de ontem. Em um primeiro momento ele disse ter acreditado que Valério ou o advogado haviam levado, mas depois foi informado que não.

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