Atrasos podem voltar a ocorrer nos aeroportos brasileiros

O aquartalemento dos controladores de vôo nos dias 2 e 15 de novembro, com os respectivos cortes nas folgas, férias e ampliação dos horários de trabalho, poderá ter seus reflexos ampliados nos próximos dias, com novos atrasos de vôos nos aeroportos. É que por causa destas convocações extraordinárias para suprir ausências por atestado médico e carência de pessoal nos turnos, grande parte dos controladores de vôo completou a sua carga máxima mensal de 156 horas de trabalho antes do final do mês e muitos não poderão ser escalados para cumprir jornadas nestes últimos dias de novembro.

A partir de sexta-feira, primeiro de dezembro, no entanto, zera a contagem do mês. Depois desta data, o Cindacta acredita que não deverá ter mais novos problemas de pessoal por causa da volta de controladores que estavam afastados por causa do acidente com o Boeing da Gol com o Legacy e da entrada em operação dos novos controladores que estão em treinamento. "Até dez de dezembro teremos 32 controladores a mais", informou o brigadeiro Álvaro Pinheiro Luiz da Costa, chefe do setor técnico do Departamento de Controle e Espaço Aéreo (DECEA). Segundo ele, dos 10 que estavam afastados por causa do acidente, seis já voltaram.

"Mas, folga de pessoal mesmo só teremos em meados do ano que vem quando chegar a turma que se formou no ano passado e está completando o curso de especialização", comentou o brigadeiro, que esteve em Brasília, participando de reunião no Ministério da Defesa, que discute o futuro do controle do tráfego aéreo. Hoje, em Brasília, são 150 militares controlando as áreas do Rio de Janeiro, São Paulo e Brasília. Para que os setores trabalhassem com tranqüilidade, com a maior parte dos consoles funcionando nos horários de pico – no início da manhã e final da tarde – sem problemas de reservas e reposições por qualquer tipo de problema nas opinião do brigadeiro, seriam necessários mais 80 militares. A formação dos militares é demorada e um sargento controlador precisa de três anos e meio para estar pronto para operar no Cindacta, em Brasília. Dois anos de escola de sargentos e mais um ano e meio de especialização.

No caso de Brasília, hoje existem 14 consoles. Apenas dez deles chegam a ficar em operação justamente por falta de pessoal. Com a chegada dos novos operadores, o controle das aeronaves podem ser redistribuídas.

O brigadeiro Pinheiro explicou ainda que houve previsão de aumento de formação de controladores, proporcionalmente ao que se esperava de ampliação da aviação que, historicamente, era de 6% a 8% ao ano. "Só que os aumentos da aviação no País têm sido a níveis chineses e se repetiram na casa de 12%, o que é muito acima da estimativa", comentou ele, justificando a dificuldade de compatibilização destes números com a formação de pessoal. Ele lembrou que as previsões de formação de pessoal já estiveram uma folga de 30% e não só elas foram consumidas, como acabaram se mostrando insuficientes.

Segundo o brigadeiro Pinheiro, depois de concluir a modernização do Cindacta 1, de Brasília, agora está sendo feita modernização do Cindacta 2, de Recife, e do Cindacta 3, em Curitiba.

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