As aventuras de um herói louco por bombas em “V de Vingança”

A aguardada adaptação dos irmãos Andy e Larry Wachowski (diretores da trilogia "Matrix") para a cultuada graphic novel "V de Vingança", de Alan Moore, estrearia em 2005 quando os atentados a bomba em Londres adiaram os planos Não convinha lançar naquela época um filme no qual o herói é um terrorista que decide mandar o Parlamento inglês pelos ares. O tempo passou e está cada vez mais difícil desassociar o filme das manchetes dos jornais. E isso interfere no modo de cada um ver a obra.

Uma Inglaterra futurista (no filme, em 2020) é comandada por um governo neofascista que viola as liberdades civis, impõe uma série de censuras e maquia a verdade conforme seus interesses. Até que um misterioso mascarado, que se apresenta apenas como "V", promove atentados em Londres para obrigar a população a se rebelar. Quem o conhece um pouco mais de perto é a jovem Evey (Natalie Portman), salva por ele da morte e levada a seu esconderijo.

Moore dava os primeiros passos na carreira de autor quando criou o original, nos anos 1980, inspirado na linha-dura da primeira-ministra Margareth Thatcher. Ele já admitiu que enxergava o mundo com certa ingenuidade naquele tempo. Na versão para o cinema – que Moore renegou -, o cenário foi atualizado e muitos aspectos mudaram, mas continua polêmica a opção do herói por bombas e assassinatos para se opor ao governo. Como diversão escapista, funciona melhor do que como debate sobre totalitarismo. A direção foi entregue ao estreante James McTeigue, mas o primor técnico é todo dos Wachowski, agora produtores.

Voltar ao topo