Alencar defende comitiva ecumênica e torce por d.Cláudio

O presidente da República em exercício, José Alencar (PL), defendeu hoje os nomes escolhidos pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva para integrar a comitiva brasileira que foi a Roma acompanhar o enterro do papa. E aproveitou para engrossar a "torcida" a favor do cardeal arcebispo de São Paulo, d. Cláudio Hummes, citado entre os candidatos ao cargo máximo da Igreja Católica.

"O presidente está levando um grupo ecumênico do ponto de vista religioso e político", disse Alencar, sobre a presença dos ex-presidentes Fernando Henrique Cardoso (PSDB) e José Sarney (PMDB), além de representantes de outras religiões cristãs. Segundo Alencar, o gesto foi uma "prova de grandeza" de Lula e mostra que "o Brasil é o País do entendimento, da paz, da concórdia e da fé".

O vice-presidente e o ministro da Cultura, Gilberto Gil, participaram hoje da inauguração do novo Terminal Marítimo de São Francisco do Sul, município do litoral norte de Santa Catarina, restaurado com recursos do Programa Monumenta, do Ministério da Cultura.

Ao ser perguntado se, assim como o presidente, também gostaria de ver d. Cláudio como o novo papa, Alencar respondeu: "É uma pena que eu não possa votar." Para ele, o arcebispo de São Paulo "possui uma vocação para ser o santo padre", além de ser uma figura "admirada e respeitada" no mundo e um dos cardeais com "idade adequada" para assumir o cargo.

Apesar de ser filiado a um partido dominado pela Igreja Evangélica, Alencar defendeu a mãe-de-santo Nitinha, que, apesar de ter perdido o vôo, foi uma das convidadas do presidente. "João Paulo II nos ensinou que o ecumenismo deve estar presente nas ações religiosas, não devemos ter nenhum preconceito, não há nenhuma restrição à mãe-de-santo", afirmou. Para ele, os evangélicos não devem discriminar outras religiões: "Não julgueis para não ser julgado", completou o presidente em exercício.

O ministro da Cultura, Gilberto Gil, disse ter feito sugestões de nomes de representantes das religiões afro-brasileiras, mas que não foi o responsável pela escolha de mãe Nitinha. "O presidente não teria feito esse gesto se não fosse uma dimensão claramente existente na cultura brasileira", afirmou Gil, ressaltando o sincretismo religioso da figura da mãe-de-santo.

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