A festa continua

A diferença do resultado final chamou a atenção pelo inegável teor de comparação fornecido à opinião pública. Enquanto o prefeito Beto Richa vê sua bancada aprovar a criação de 143 novos cargos públicos, o governador Roberto Requião não obteve autorização para contratar servidores sem concurso, mesmo nos casos considerados emergenciais.

A derrota do governador – mais uma vez – brotou da desatenção dos líderes da aliança de sustentação política na Assembléia Legislativa, ao não perceberem a manobra bem-sucedida da oposição, na derrubada da mensagem já em redação final.

Segundo o regimento, a mensagem necessitava de quorum qualificado de 28 votos para ser aprovada. A oposição conseguiu detectar que a votação anterior ocorrera sem o registro do quorum específico e, em resumo, impugnou o processo. O deputado Nereu Moura (PMDB), por sua vez, diz ter uma carta na manga para fazer valer a decisão anterior do plenário.

O problema é que o presidente da Casa, Hermas Brandão (PSDB), acatou os argumentos apresentados pelo deputado Valdir Rossoni (PSDB), remetendo a matéria para o arquivo.

Moura argumenta citando um forte precedente registrado em notas taquigráficas deste ano. Trata-se da decisão oposta de Hermas Brandão, em caso semelhante, ao dar resposta ao pedido de rejeição de projeto de autoria do deputado Mauro Moraes (PL). O presidente doutrinou que não se poderia rejeitar um projeto votado em redação final.

O prefeito de Curitiba, ao que parece, conta com bancada mais atenta e diligente no serviço. O vereador Jônatas Pirkiel (PL), presidente da Comissão de Justiça, Legislação e Redação da Câmara, justificou os projetos que autorizam a Prefeitura a criar 143 cargos comissionados, elevando em cerca de R$ 8 milhões por ano os gastos com a folha de pagamento.

Pirkiel assegura que a quantia não constitui, sequer, um arranhão no fornido orçamento municipal. Os nomeados e seus familiares que o digam.

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