Última Parada 174

Uma realidade brasileira nas telas dos cinemas

O despreparo policial, a pobreza das favelas, a insegurança presente nas ruas das grandes cidades e, principalmente, a falta de perspectiva de crianças e adolescentes que convivem com a violência e com a falta de estrutura familiar. Tudo isso foi parar nas telas de cinema através do filme Última Parada 174, que estréia hoje em todo País.

Do cineasta Bruno Barreto e escolhido pela Secretaria de Audiovisual (órgão ligado ao Ministério da Cultura) como a obra brasileira que irá concorrer à indicação ao prêmio de melhor filme estrangeiro no Oscar 2009, a obra coloca o espectador em contato com uma dura realidade social existente no Brasil.

Ao contrário de Cidade de Deus, que foi lançado em 2002 e dirigido por Fernando Meirelles, Última parada não chega a fazer com que as pessoas saiam do cinema com o estômago revirado. Entretanto, leva à reflexão e faz com que o público vá para casa com a sensação de que algo precisa ser mudado, antes que seja tarde demais.

Inspirado no seqüestro do ônibus 174, ocorrido em junho de 2000, no Rio de Janeiro, e que resultou na morte da professora Geisa Firmo Gonçalves e na do seqüestrador Sandro Barbosa do Nascimento, o roteiro narra a história de uma mãe à procura de um filho.

A história dela se cruza com a do personagem Sandro, que tem a própria mãe assassinada e passa a viver nas ruas cariocas. Mais tarde, ele se torna um dos sobreviventes da chacina da candelária e se entrega ao mundo das drogas, indo de encontro ao seu destino trágico.

O trabalho irá disputar ao título de melhor filme estrangeiro junto com outras 66 obras, cujos nomes foram divulgados pela Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood nesta semana.

Apenas cinco serão finalistas, sendo que as indicações à estatueta serão anunciadas em janeiro. No ano passado, 63 filmes concorreram à indicação. A última vez que um filme brasileiro ficou entre os finalistas da categoria foi em 1998, com Central do Brasil, de Walter Salles.