TIM Festival recoloca o Brasil no mapa das megaproduções

Se você é fã de jazz, poderá ver do arranjador e pianista Luiz Avellar, ou o sacerdote da música instrumental brasileira, João Theodoro Meirelles – ambos cariocas -, à diva do standard, Shirley Horn, 69 anos, ou o lendário saxofonista Illinois Jacquet, 80, ambos norte-americanos.

Se o seu negócio é rock alternativo, vai poder conferir de Los Hermanos, AfroReggae e Nação Zumbi a Beth Gibbons (Portishead), K.D. Lang e os queridinhos White Stripes. Hip hop? Vai poder encarar dos paulistas “macumbeiros” do Sinhô Preto Velho ao mitológico Public Enemy. Agora, se a sua praia é a eletrônica, terá a oportunidade de conferir do DJ Marlboro e seus “bondes” a ícones mundiais do gênero, como 2 many DJs, a espevitada canadense Peaches ou Erol Alkan, o deus inglês do eletropunk, residente da esta mais concorrida da Europa. Tudo isso vai acontecer nos dias 30 e 31 de outubro e 1.º de novembro, no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro: é a primeira edição do TIM Festival, o antigo Free Jazz, cuja programação completa foi divulgada ontem no Rio.

“Temos a grade que qualquer festival no mundo gostaria de ter”, resume Hermano Vianna, um dos curadores. “E a TIM nos deu liberdade total para escalarmos atrações representativas do que há de melhor no mundo hoje”, emenda a produtora Monique Gardenberg, no posto desde a primeira edição do Free Jazz, em 1985. “E convidados como esses acabam dando uma ?chacoalhada? nos talentos locais”.

Ressurreição

O TIM Festival, que faz parte de um grande projeto cultural da multinacional italiana de telefonia móvel – orçado em 24 milhões de reais -, é a prova definitiva de que o Brasil volta a constar da rota das grandes produções mundiais na área da música. Isso depois de ter descido ao inferno com a disparada do dólar, no ano passado – o que sepultou o Free Jazz (junto com o recrudescimento das leis tabagistas). “Em 2002 a Souza Cruz suspendeu o Free Jazz, e com a crise na Argentina e o aumento do dólar por aqui, os produtores internacionais riscaram os dois países do mapa”, comentou Monique.

Felizmente o dólar recuou a patamares aceitáveis. “E pudemos seguir a nossa filosofia, de colocar grandes nomes de cada gênero ao lado de atrações quase desconhecidas, sem nunca abrir mão da qualidade”, afirma Zuza Homem de Mello, que também faz a curadoria.

Sem dúvida, é a seleção dos sonhos de quem acompanha a música hoje. Só faltava, no caso do rock, Strokes ou Radiohead (que chegou sondar a produção sobre uma aparição no ano que vem). O único problema é que o TIM Festival só vai acontecer no Rio de Janeiro. “Quisemos dar um passo atrás, construir um evento um pouco menor. Mas a idéia é fazer um ano no Rio, outro em São Paulo”, adianta o publicitário Mário Cohen, que também integra o time de produtores. A nós, bichos do Paraná, resta o consolo de uma provável passagem de Peaches por Curitiba depois do festival. Ou o show do Deep Purple na próxima sexta…

Serviço: A programação completa, preços e horários estarão, a partir de 29 de setembro, no site www.timbrasil.com.br.

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