Stones para antigas e novas gerações do rock

Apesar dos shows individuais, da turnê Forty Licks, há seis anos os Rolling Stones não lançam um álbum novo. A fonte secou? Poucas bandas vivem, em shows ou em discos, dos clássicos do passado como a turma de Mick Jagger. Na maioria dos concertos, o público espera horas para ouvir, no final, Honky Tonky Women, Start Me Up, Brown Sugar, Ruby Tuesday e, naturalmente, Satisfaction. Sucessos de várias décadas.

A grande novidade no mercado musical, aproveitando essa fome dos fãs pelas antigas canções, é a Abkco Records, antiga gravadora da banda nos anos 60, que vai lançar, nas próximas semanas, vários trabalhos dos Rolling Stones.

Logo de cara serão três caixas com os singles do auge da banda, muitas que nunca saíram no Brasil naqueles tempos. Muitas músicas só saíram no Reino Unido em vinil e jamis foram digitalizadas. Os CDs, remasterizados, da primeira caixa será do período de 1963-1965 quando poucos conheciam a banda. São 12 discos, com destaque para The Rolling Stones, Five By Five e Got Live If You Want It!. Todos com capas iguais as originais e custará nos EUA, 60 dólares, mais imposto, uns 200 reais.

A segunda caixa, The Rolling Stones Singles 1965-1967″, vai sair em julho, e a terceira, The Rolling Stones Singles 1968-1971, no final do ano.

A Abkco, propriedade do antigo empresário dos Stones, Allen Klein, relançou em 2002, duas dezenas dos primeiros álbuns da banda, em CDs Super Audio, para coincidir com a turnê mundial “Licks”. Em 2005 é esperado um DVD dos Rolling Stones.

Os Stones, que perderam para Klein os direitos sobre seus trabalhos dos anos 1960, não se envolveram diretamente no projeto de relançamento dos singles, disse um representante da gravadora. Mas a própria gravadora entrou em contato com os líderes da banda, Keith Richards e Mick Jagger para negociar os direitos. Entre os membros da banda, o guitarrista dos Stones sempre foi o que menos se incomodou com a perda dos direitos autorais, tendo dito que foi “o preço pago para aprender”.

Klein, por sua vez, diz que Richards é seu Stone favorito. Eles têm seus aniversários no mesmo dia. O primeiro disco traz o single de estréia da banda, “Come On”, e o lado B “I Want To Be Loved”, gravados em maio de 1963 e lançados no mês seguinte.

O último álbum gravado em estúdio pelos Stones, “Bridges to Babylon”, foi lançado em setembro de 1997. Turnê é o que não falta para a banda. Agora os rumores giram em torno de novos shows para 2005. Alguns especialistas dizem que existe um projeto não especificado que exigiu o cancelamento dos planos do baterista Charlie Watts de fazer turnê pela Europa no verão. Mesmo assim, as velhas músicas serão sempre bem-vindas.

Ritmo, percussão e novidades com Naná

Show de Naná Vasconcelos é sempre ben-vindo. O percussionista pernambucano, após duas décadas tocando pelo mundo, mantém suas raízes em tudo que faz. Esse é o espetáculo que ele pretende mostrar aos curitibanos neste final de semana.

Eleito o melhor percussionista do mundo por 7 vezes, prêmio dado pela conceituada revista americana Down Beat, Naná começou a tocar aos doze anos com seu pai, numa bandinha marcial do Recife. Dotado de uma curiosidade intensa que o permitiu ir da música do compositor erudito brasileiro Villa-Lobos até o roqueiro americano Jimi Hendrix, aprendeu a tocar praticamente todos os instrumentos de percussão e nos anos 60, se especializou em berimbau.

Depois de tocar em contextos inimagináveis, Naná Vasconcelos mudou-se para o Rio de Janeiro e começou a trabalhar com um dos melhores intérpretes populares do mundo, Milton Nascimento. Em 1970 o saxofonista argentino Gato Barbieri esteve no Rio e o convidou para unir-se ao seu grupo. Tocaram em Nova York e excursionaram pela Europa, com destaque no festival de Montreaux, na Suíça, onde o percussionista encantou público e crítica. Ao término da turnê, o músico fixou residência em Paris, França, local onde morou cinco anos e gravou o seu primeiro álbum, “Africadeus” (71). Em seguida Naná Vasconcelos regressou ao Brasil e gravou o seu segundo disco “Amazona” (72). Começou uma bem sucedida parceria com o pianista e compositor Egberto Gismonti, durando oito anos e gerando três álbuns, “Dança das Cabeças”, “Sol do Meio Dia” e “Duas Vozes”. De volta a Nova York formou o grupo “Codona”, com Don Cherri e Colin Walcott, também gravando e fazendo turnê com a banda do guitarrista Pat Metheny.

Trabalhando com artistas das mais variadas tendências, Naná Vasconcelos gravou também, entre outros com B.B. King, com o violinista francês Jean Luc Ponty e com o grupo de rock americano Talking Heads, liderado por David Byrne.

Naná continuou suas colaborações e trabalhou nas trilhas sonoras dos filmes “Procura-se Susan Desesperadamente”, de Susan Seidelnan, estrelado por Rosana Arquete e Madonnna, “Down by Law”, do cultuado diretor Jim Jarmush, e “Amazonas” de Mika Kaurismak.

O trabalho do músico ao longo do tempo sempre demonstrou a amplitude do seu talento e nos anos 80 gravou o seu disco “Saudades”, que é o seu concerto de berimbau e orquestra.

Show de Nana Vasconcelos

27/03 às 20h30 e 28/03 às 19h – 20 reais (estudantes, pessoas acima de 60 anos e clientes de HSBC têm 50% de desconto) no Teatro HSBC.

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