Sonoridade pantaneira

O ecologista paranaense Beto Bertolini apresenta Pantanal, o quinto álbum da série Paisagens Sonoras do Planeta, com um registro de 38 ambiências sonoras formando um significativo retrato eco-acústico da maior planície alagada do planeta.

O Pantanal, a terceira maior reserva mundial da biosfera, é um dos mais valiosos patrimônios naturais do Brasil, somando quase 120 mil km2 em território brasileiro (Mato Grosso e Mato Grosso do Sul) e, com paisagens afins no Paraguai e Bolívia; destaca-se pela exuberância de sua fauna, da qual estão representadas mais de 350 espécies de aves, 80 de mamíferos, 260 de peixes e 50 de répteis.

Na capa do álbum pontifica um tuiuiú (Jabiru mycteria), em outras regiões conhecido como jaburu, considerado o símbolo do Pantanal. É uma das maiores aves da América do Sul, chamando atenção por seu enorme ninho feito de galhos e arbustos secos, construído no alto de árvores altaneiras, como o manduvi e a piúva.

Entre as aves mais marcantes, e que se destacam na paisagem sonora e visual desse bioma, destaca-se também a arara-azul (Anodorhynchus hyacinthinus), bem como uma incrível variedade de espécies aquáticas, como as garças, os socós, tabuiaiás, colhereiros, cabeças-secas, maçaricos e muitos outros.

Conta Beto Bortoloni que as gravações sonoro-ambientais foram realizadas nos mais variados ambientes pantaneiros, meio às matas estacionais, ao cerrado, campos e toda a sorte de habitats aquáticos, existentes nas regiões de Aquidauana (Rio Negro), Miranda (Passo do Lontra), Porto Manga, Rio Pixaim e Nhecolândia.

Coube ao especialista Fernando Straube descrever cada uma das faixas, lembrando que a ariranha, cuja imagem está no CD, emite um ronco trêmulo. Sua “voz” surge com um coro de surucuás e bem-te-vis.

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