Silvester Stallone retorna com novo filme

Previsível, história fraca, montagem desastrosa, diálogos clichês, atuações que beiram a canastrice, entre outros defeitos. Estes são motivos mais do que suficientes para não ver nos cinemas o filme Os mercenários, o mais novo trabalho do astro e diretor Silvester Stallone.

Contudo, mesmo com esses graves defeitos, o longa consegue divertir e, principalmente, empolgar aqueles que gostam de um cinema-testosterona, onde a pancadaria e o tiroteio rolam a cada frame, fazendo com que a ação fale mais alto do que as palavras, no melhor estilo “atire primeiro, pergunte depois”, argumento visto diversas vezes em produções da década de 80.

O grande mérito do filme está na escalação do elenco. Sly (apelido do ator) reuniu alguns “bad ass” (caras durões) do passado, como ele mesmo e Dolph Lundgren (o Ivan Drako, de Rocky IV) com outros mais atuais, como Jason Stathan (Adrenalina, Carga explosiva) e Jet Li (Herói, Cão de briga).

O resultado disto é mais do que previsível: ação contínua, com direito a muitos tiros, explosões e cenas de lutas bem coreografadas. E se um encontro deste já animaria os adeptos deste estilo, o que dizer então da breve, mas inesquecível e debochada cena que reúne Stallone, Bruce Willis e Arnold Schwarzenegger?

No mínimo um deleite de quem cresceu assistindo Rambo, Duro de matar e Exterminador do futuro, entre outras produções em que estes participaram. Como diz a música do grupo Thin Lizzy no final do filmes, “The boys are back in town”.

Apesar de ser uma perda de tempo de esperar um texto shakespeareano para um filme nestes moldes, o roteiro poderia ser um pouco melhor elaborado e trabalhado, já que a história de mercenários ajudarem uma fictícia republiqueta na América por pena e admiração de uma jovem idealista (a brasileira Gisele Itié, que fez uma atuação discreta) soa demasiadamente forçado. A montagem também poderia ser melhor cuidada, pois há narrações que soam perdidas devido a falta de atenção na pós-produção.

Em que pese a infeliz declaração de Sly a respeito do Brasil, mais infeliz é a campanha na internet para que as pessoas boicotem o filme. Se você prefere um cinema mais cerebral, simplesmente não vá assisti-lo, pois cérebro é o que você menos irá encontrar.

Agora, se o seu negócio é sentar na poltrona, se divertir e empolgar com pancadaria sem se importar com uma história ou conceitos técnicos, então Os mercenários é o seu Cidadão Kane.

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