Sheron Menezes continua emplacando uma novela por ano

Faz pouco tempo que Sheron Menezes conheceu a atriz que serviu de inspiração para o seu nome. Quando quis saber quem era Sharon Tate, sugeriram apenas que a intérprete da misteriosa Dagmar, de Belíssima, assistisse a Helter Skelter, de John Gray. Quando terminou de assistir ao filme que narra o assassinato da atriz por uma seita de fanáticos religiosos em 1969, desabafou: "Ô, mãe, não tinha outra atriz para homenagear, não?". Mas a atriz americana não foi a única fonte de inspiração para Dona Vera e Seu Haroldo. Desejosos que a filha alcançasse sucesso na profissão, consultaram uma numeróloga que sugeriu que alterassem a grafia para "Sheron". "Lá em casa, só meus pais têm nomes convencionais. Meus irmãos chamam Drayton, Dreyson e Schena. Mas acho que tive sorte: em quatro anos, fiz quatro novelas. Sinal de que estou agradando, né?", arrisca.

A média de uma novela por ano é motivo de orgulho para a bela gaúcha de Porto Alegre que, até pouco tempo também, só colecionava "nãos" na tevê. Até interpretar a serviçal Júlia de Esperança, de Benedito Ruy Barbosa, foi reprovada nos testes que fez para Malhação, O Quinto dos Infernos, Um Anjo Caiu do Céu… Hoje, aos 22 anos, interpreta a Dagmar em Belíssima, de Sílvio de Abreu. Curiosamente, o autor é o quarto diferente com quem Sheron tem a chance de trabalhar. Além de Benedito, atuou também em novelas de Gilberto Braga, Celebridade, e Walter Negrão, Como uma Onda. "Graças a Deus, só trabalhei com ‘fera’. E o que é melhor: além de conhecer o jeito de cada um trabalhar, continuo aberta a convites de outros autores", avisa.

No caso específico de Sílvio, Sheron festeja a oportunidade de atuar numa trama policial do mesmo autor de A Próxima Vítima e Torre de Babel. "O Sílvio sempre mata muita gente em suas novelas. Mas, assim como Dagmar pode morrer, ela também pode matar e, principalmente, desvendar o caso. Isso seria legal…", insinua, assumindo ares detetivescos. Embora a sinopse de Belíssima não adiante absolutamente nada sobre os assassinatos de Valdete e Pedro, personagens de Leona Cavalli e Henri Castelli, Sheron desconfia que Dagmar possa vir a elucidar o mistério. Tudo por causa do jeito enfático com que a personagem acusa André, interpretado por Marcello Antony, do assassinato da amiga. "No fundo, ela sabe de alguma coisa. Caso contrário, não ameaçaria tanto o André. É gostoso fazer uma personagem que guarda um segredo que nem a gente sabe qual é…", especula.

Apesar do pouco tempo de carreira, Sheron mostra-se estudiosa e aplicada. Como a Dagmar trabalha como garçonete, passou a observar, com redobrada atenção, o dia-a-dia dos funcionários de bares e restaurantes. Perfeccionista, aprendeu a equilibrar copos na bandeja e a atender os clientes no balcão. "Minha personagem favorita é sempre a atual. Se eu não me apaixonar pela Dagmar, não conseguirei fazer um bom trabalho", explica. De todas as características de Dagmar, porém, Sheron elege a franqueza e a transparência como as mais "apaixonantes". "Ela é do tipo que fala o que pensa. Ou melhor: não pensa. Fala o que vem à cabeça e, só depois, pensa nas conseqüências. Gostaria de ser um pouquinho assim também…", entrega, levemente encabulada.

E pensar que, por muito pouco, a atriz que assinou recentemente contrato com a Globo até 2007 já pensou não em desistir, mas em adiar os planos de ser atriz. Foi em 2002, quando cansada de ser sistematicamente reprovada nos testes que fazia, cogitou largar tudo no Rio e voltar para o Sul, onde mora a família. "Mas, mãe, eu não quero mais, já cansei…", argumentou. Em vão. Dona Vera praticamente obrigou a filha a participar dos testes para Esperança justamente aqueles que abririam as portas da Globo para ela. "Nunca duvidei da minha capacidade, mas tenho de admitir que, se não fosse pela minha mãe, não teria chegado aonde cheguei", reconhece, emocionada.

Voltar ao topo