Sartori dirige ópera italiana inédita no Brasil

A ópera Chip and his dog, do compositor italiano Giancarlo Menotti, será apresentada pela primeira vez no Brasil, às 20h de amanhã, no Teatro Londrina do Memorial de Curitiba, dentro da programação da 23.ª Oficina de Música de Curitiba. O espetáculo tem direção geral, musical e cênica da cantora curitibana Denise Sartori, um dos nomes mais respeitados na área do canto lírico nacional. O elenco destaca os cantores Diana Daniel, Camila Gonçalves, Marinice Pfau Lenz, Josianne dal Pozzo, Thiago Monteiro, Alexander Wolf e Maico Santana, além de reunir todos os alunos de Denise, nessa Oficina. Os ingressos custam R$ 5.

Professora da Oficina de Música há várias edições, Denise Sartori responde este ano pela classe de Técnica Vocal e Música de Câmara. Para a apresentação de sexta-feira, a cantora escolheu uma obra representativa da produção de Giancarlo Menotti, compositor italiano que nasceu em 1911, mas que desde os 14 anos viveu nos Estados Unidos, tornando-se nome musical de destaque daquele país. A peça permite que os intérpretes mostrem seu talento vocal, sendo que os cenários e figurinos são de Alexander Wolf e o acompanhamento está a cargo do pianista Ben Hur Cionec.

Participam da encenação os 30 alunos que integram a classe de Denise, vindos de várias partes do Brasil, como São Paulo, Rio de Janeiro, Santa Catarina, Alagoas e Pernambuco, além de diversas cidades do Paraná. O papel principal da ópera, o do garoto Chip, ficou com a jovem cantora curitibana Diana Seleme Daniel, de 18 anos, uma das alunas mais assíduas de Denise. Atualmente vivendo nos Estados Unidos, onde cursa Canto no Conservatório de Boston, Diana não perde as oportunidades de encontrar Denise, com quem estuda desde os 12 anos. "A Oficina de Música oferece cursos de alto nível e permite a troca de informações com músicos e cantores de vários locais, aprimorando nossos conhecimentos", destaca Diana.

A ópera

Composta por Giancarlo Menotti como encomenda da Ópera de Toronto, a ópera para crianças Chip and his dog, em duas cenas, estreou em 5 de maio de 1979. A obra conta a história de um reino encantado onde vivem Chip e seu cão que, por falta de dinheiro, estão passando fome. Chip fabrica instrumentos musicais para vender, mas há muito não aparecem compradores. Certo dia, bate à sua porta um mensageiro do rei querendo comprar o cachorro de Chip, pois o animal é capaz de realizar pequenas operações matemáticas, além de tocar e dançar. O mensageiro tem a missão de levar o cão para a princesa, que vive muito infeliz. Chip acaba vendendo o seu animal de estimação, já que o mensageiro garante que o cão terá uma vida muito melhor no palácio.

No palácio real, a princesa está muito triste, apesar dos esforços da corte para alegrá-la. A jovem pede, então, que tragam o cachorro que dizem ser especial. O cão, chamado Gregory Alexander Lafayettee, está sofrendo por ter perdido o dono e realiza todos os seus números de forma equivocada. A princesa irrita-se e manda que prendam o cãozinho e o deixem morrer de fome. Chip interfere na decisão da princesa e faz com que aceitem novamente o animal na corte. Assim termina a história, sendo Chip e seu cão coroados pela princesa.

Inovação para quartetos de cordas

A 23.ª Oficina de Música de Curitiba implanta, pela primeira vez no Brasil, um programa de estudos avançados para a profissionalização de quartetos de cordas. A iniciativa acontece somente na Europa e Estados Unidos e neste ano será desenvolvida também no Japão. "Com a implantação do programa em Curitiba, seremos o primeiro da América Latina", adianta Alex Klein, diretor artístico da Oficina. Estão participando do programa três quartetos representantes do Uruguai, Paraguai e do estado de Minas Gerais.

Durante os dez dias da primeira fase da Oficina, sob a supervisão do Quarteto de Cordas do Theatro Municipal de São Paulo, integrado por Marcelo Jaffé (viola), Roberto Suetholz (violoncelo), Betina Stegman e Nelson Rios (violinos), os músicos, além das aulas de reciclagem e de aperfeiçoamento técnico, têm aulas de aperfeiçoamento musical e acesso a um programa completo que envolve a carreira de um quarteto.

Os grupos estão fazendo produção de material de divulgação, treinamento de mídia, marketing, produção gráfica, promoção de shows e eventos. Estão recebendo tratamento intensivo oito horas por dia, mantendo contatos com empresários, críticos, produtores, jornalistas, profissionais de marketing. "Eles vão sair daqui preparados para o mercado", assegura o diretor artístico da Oficina. Ele acrescenta que esse é um bom caminho para a formação de platéia para esse estilo musical. "Como o Brasil não tem tradição em música de câmara, é importante começar agora para darmos os primeiros passos para sua evolução", explica Klein.

Professores estrangeiros

Os integrantes desses quartetos também estão tendo aulas com os músicos norte-americanos Normam Fischer (violoncelo), Richard Young (viola) e Gregory Fulkerson (violino), todos integrantes de quartetos de cordas com carreiras já consagradas. Estes, além de ministrar as aulas normais, também estão falando de suas experiências no mercado e discutindo com os grupos que tipo de organização pretendem desenvolver, que imagem vão consolidar, definição da escolha dos repertórios, participação em festivais, etc.

Os três quartetos farão concertos durante a Oficina na próxima quinta e sexta-feira (dias 13 e 14), no Sesc da Esquina, oportunidade em que estarão gravando cada um o seu primeiro CD. O material já servirá de base para a demonstração do trabalho dos grupos.

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