Rául Taurant expõe vinte quadros

d71.jpgO artista plástico argentino Rául Taurant Delavy está expondo na mostra Imigrantes. A coletânea de vinte quadros da série está em exposição no Atelier do Artista em Curitiba, até o dia 29. As visitas poderão ser agendadas com hora marcada pelo telefone 3362-5592.

Taurant nasceu em Buenos Aires, criou-se na província de Missões e mora há 13 anos em Curitiba. A vocação artística começou a ser desenvolvida paralelamente à educação formal. No primário, enquanto a professora ensinava as primeiras letras, Raul ensaiava seus primeiros passos de artista, desenhando retratos com lápis pretos. O lado escultor começou a ser treinado como brincadeira, usando o giz como peça para esculpir o rosto da professora.

d72.jpgFormado em Comunicação, em Buenos Aires, Raul é um autodidata em artes plásticas. Freqüentou apenas algumas aulas na Escola de Belas Artes da Argentina e como aluno ouvinte. Em 1962, convocado pelo serviço obrigatório do exército argentino, lutou em um levante conhecido como Militares azuis x Militares vermelhos.

Dois anos depois, ao se desligar do exército, Delavy retornou para Missões, buscando sua paz criativa e o seu ofício. Nesse recomeço, o artista atuou como colaborador do jornal El Território. O diário era o de maior circulação no norte argentino e publicava diariamente caricaturas produzidas por Delavy. Com espírito crítico apurado, forças nas linhas e sutileza na concepção, suas caricaturas sempre tratavam de questões políticas.

Durante a década de 60, Rául Delavy participou de várias exposições coletivas. Em 1967, representando os artistas do interior da Argentina, recebeu o 1.º prêmio da exposição do Salão Nacional de Artes de Buenos Aires, com a obra Pintor de lendas políticas, um óleo sobre tela de 0,80 x 1,20. A premiação, feita por representantes militares, possuiu certa dose de ironia, já que o quadro era uma crítica à ditadura do governo militar do então presidente Juan Carlos Ongania.

Nos anos 80, compradas por ingleses que moravam na Argentina, as obras de Delavy chegaram à Europa, onde o artista ficou conhecido. Mas, com a Guerra das Malvinas, esse comércio foi interrompido. Nos anos 90, ele foi reaberto através de marchands.

Durante a ditadura militar argentina, o artista retomou seus trabalhos de escultura, trabalhando com peças em mármore e bronze. Durante esse período, aprimorou a técnica de alto e baixo relevos, produzindo grandes murais que são comprados e expostos na Argentina, Paraguai e Brasil.

Essa experiência como escultor foi consolidada com a maior escultura exposta da Argentina: o monumento ao general San Martin – líder argentino responsável pela libertação das Américas (países colonizados pela Espanha) do domínio espanhol.

Em Curitiba, o artista fez algumas esculturas sob encomenda. Na Escola da Ordem Basilianas, trazida ao Brasil por descendentes ucranianos, encontra-se a estátua de São Basílio Magno, fundador da ordem. Em 1997 e 1998, convidado pela diretora da Escola de Belas Artes de Paris, Taurant Delavy fez palestras para catedráticos sobre a importância do conhecimento dos fundamentos da arte na formação dos artistas contemporâneos. Em 2003, deu aulas sobre morfologia na Universidade de Miami.

Atualmente, o pintor e escultor mora, dá aulas e trabalha em Curitiba. 

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