Novo CD do U2 já está nas lojas

Quatro anos depois do álbum anterior, All that you can’t leave behind, chega às lojas nesta segunda-feira o novo CD do U2, o ansiosamente esperado How to dismantle na atomic bomb – os mais ansiosos chegaram a se adiantar à gravadora Universal e conseguiram cópias piratas, que disponibilizaram na internet. O frisson é justificável? Na audição do álbum, a resposta oscila entre sim e não. "Sim", porque no volúvel Olimpo do pop, a banda soube se firmar sem favor algum ao longo de mais de 20 anos (e 120 milhões de cópias vendidas de seus discos), com uma música que ainda soa pertinente. "Não", porque a receita para desarmar bombas dos irlandeses tem novos elementos, mas carregam os genes do U2 de sempre – como se quem desarmasse as ogivas fosse o garoto da capa de Boy, primeiro disco do grupo.

Em How to dismantle an atomic bomb, o U2 não se reinventa, como tentou fazer em Pop (1997) no qual mergulhou na cultura eletrônica, sonora e esteticamente. Desta vez, em 11 faixas, o grupo segue seu caminho de inserir sua música no século 21. Caminho que vem de Achtung baby (1991), se desvirtua levemente no excesso de ambições de Zooropa (1993), se perde em Pop e retoma a trilha em All that you can’t leave behind (2000).

No novo CD, o U2 mantêm-se fiel ao que faz de melhor: em canções acre-doces, a voz melancólica e afetada de Bono dialoga com a guitarra de efeitos crus de The Edge, com a cozinha de Larry Mullen (bateria) e Adam Clayton (baixo) dando densidade à mistura. O grupo, porém, não se furta a trocar com seus pares contemporâneos.

Algo da fúria da turma de Nova York (Strokes e cia.) pode ser encontrada em All because of you. E a linha do novo britpop de um Coldplay está representada em momentos como One step closer – na verdade um jogo de espelhos, já que essas bandas têm no U2 uma inegável referência, apesar de nem sempre assumida.

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