Livrarias recebem novo livro de Paulo Coelho

Sexo, ou melhor, prostituição de uma nordestina na Suíça é o tema de Onze minutos, novo (e nono) livro de Paulo Coelho, que a Rocco coloca nas livrarias nesta quinta-feira. Para o lançamento, totalizando iniciais 200 mil exemplares, a editora, marcando o retorno à casa do mago dos best sellers, preparou um esquema especial, compreendendo entrevistas com o escritor – através de telefone e outros meios – nos quatro cantos do País.

O livro nasceu de uma personagem verdadeira chamada Sônia, que fazia prostituição em Genebra. Hoje, ela é “casada e com dois filhos. Entretanto, o livro não é exatamente sua biografia, já que procurei usar vários elementos paralelos. Acho que ela reconheceria sua história ao longo de todo o livro, mas nem sempre enfrentaria as situações como o meu personagem enfrenta”. O personagem no caso é Maria.

A idéia do livro gira em torno de uma preocupação descrita assim por Paulo Coelho: “Achamos que existe um modelo para tudo, e achamos também que, seguindo este modelo, estaremos seguros. E, por causa disso, estabelecemos um padrão sexo, que, na verdade, é composto de uma série de mentiras: orgasmo vaginal, virilidade acima de tudo, melhor fingir que deixar o outro decepcionado, etc. Como conseqüência direta, este tipo de atitude tem deixado milhões de pessoas frustradas, infelizes, culpadas. E tem provocado todo tipo de aberração”.

Paulo Coelho diz que seu livro não se propõe a ser um estudo da prostituição. “Procurei fugir por completo de qualquer conotação moralista, de julgar o personagem principal pela escolha que fez. O que me interessa, verdadeiramente, é a abordagem das pessoas com relação ao sexo”” observa e lembra que a presença do Caminho de Santiago no romance tem dois motivos: “Há um aspecto real – o Caminho de Santiago passa por Genebra. E há um aspecto simbólico: é a partir deste momento que o corpo e a alma de Maria começam a se reencontrar, por causa do amor”.

Escaldada pelas derrapagens na vida, a prostituta, ainda que de luxo, acha utópica a idéia de amar com corpo e alma. E em seu diário escreve “Os evangelhos e todos os textos sagrados foram escritos no exílio, em busca da compreensão de Deus”. Assim, que um dia, Maria descobre que o sexo (durando sete, onze ou quatro minutos) é também uma redenção divina.

Voltar ao topo