Em defesa dos sons das catedrais

Adquirido em 1957, o órgão de tubos da Catedral de Curitiba, que já estava “batendo pino”, pifou de vez. Há uma semana, durante missa noturna, queimou o motor que aciona a ventoinha, dispositivo que leva o ar aos tubos. “O motor trabalhou durante 45 anos, ultrapassou a sua vida útil”, lamenta o organista Ricardo Herrmann.

O incidente pode ajudar a deslanchar a Preservarteórgão, ONG que Herrmann, o músico Ivan Graciano e o advogado curitibano Rodolfo Lincoln Hey formalizam hoje. Seu objetivo é conservar e zelar pelo bom funcionamento dos órgãos de tubos. “A maioria está em péssimas condições de conservação, e as igrejas os estão substituindo por teclados e órgãos eletrônicos”, informa Hey. “E nenhum órgão eletrônico no mundo, por melhor que seja, é capaz de reproduzir o som de um órgão de tubos.”

Os confrades já contam com o apoio da seção paranaense da Ordem dos Músicos do Brasil, e pretendem atuar em todo o território nacional. Mas o primeiro passo é o órgão da Catedral de Curitiba. “Já defendíamos a substituição daquele órgão, pois além de antigo ele contrasta com as linhas arquitetônicas do templo e esconde a rosácea central”, observa o advogado. “Agora temos mais uma razão para trocá-lo.”

O instrumento ideal para a Catedral, segundo os fundadores da Preservarteórgão, seria um órgão de 66 registros, três teclados e de 8 a 12 mil tubos, com um design condizente com as linhas góticas da igreja. “Assim seria possível executar as grandes peças para órgão, e teríamos um instrumento à altura da nossa Catedral”, afirma Hey. O valor estimado para o instrumento, que precisaria ser importado, oscila entre 800 mil e 1,5 milhão de euros.

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Aos interessados na ONG, o site da Preservarteórgão é www.milenio.com.br/rodolfoey. Tel. (41)338-7777.

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