Dia de festa para os fãs do rock?n?roll

O bom e velho rock?n?roll está em festa. No mundo todo os fãs do gênero musical comemoram o Dia Mundial do Rock, hoje. A data foi escolhida por ter sido o dia do primeiro concerto Live Aid, em 13 de julho de 1985. O evento reuniu diversos artistas internacionais em shows para arrecadar fundos para as crianças da Etiópia. Desde seu surgimento no início dos anos 50s, nos Estados Unidos, o rock é o estilo musical mais disseminado em todo o planeta. A característica comum em toda sua cronologia é a rebeldia que, por meio das letras e da criatividade dos artistas, conquistou multidões.

Dos anos 90s até hoje o gênero esteve fortemente ligado à transmissão de clipes musicais pelo canal televisivo MTV. Com orçamentos milionários e os investimentos das grandes gravadoras, a qualidade do rock foi posta em dúvida e muitas bandas seguiram o caminho comercial (música descartável), e outras mantiveram o padrão ideológico e a postura original. Alguns roqueiros conseguiram se manter em grandes selos (EMI, Warner e Sony-BMG) conservando o estilo. Os demais grupos trilham hoje um caminho alternativo.

Atualmente o rock vive uma nova expectativa com o fortalecimento do circuito independente. No Brasil um dos precursores do movimento alternativo é o cantor e compositor Lobão. Na década de 90 ele passou a vender seus CDs, inclusive os lançamentos, em bancas de jornal e revistas. Grandes nomes da MPB seguiram o caminho do músico e hoje o Brasil exporta música independente. Em Curitiba e outras capitais fora do eixo Rio-São Paulo, as bandas têm dificuldades em conseguir seu espaço; a vantagem do roqueiro curitibano é ter em sua cidade um público cativo de rock.

?Desde que algumas bandas grandes (de rock) como o Oasis e The Verve começaram a aparecer para o mundo todo, houve um revival dos anos 60s. Isso contribuiu para que novos grupos tivessem público. Hoje o gênero está bombando?, afirma Tuba, o elétrico baterista da banda curitibana Faichecleres. O grupo lançou seu primeiro álbum, Imoral e sem vergonha, dia 13 de julho do ano passado, no bar Empório São Francisco, e com vendas pelo site da banda e nos shows em casas noturnas venderam aproximadamente cinco mil cópias. ?O rock tem força, o público em geral gosta, mas não adianta ficar esperando que alguém venha atrás?, diz. Segundo Tuba, a melhor forma de grupos independentes conseguirem divulgação é pela internet. ?O legal é gravar um CD e colocar na rede para o público conhecer a música?. Embora o Faichecleres não fature alto com CDs, o grupo é conhecido em outras cidades e possui uma agenda de shows movimentada. ?A melhor forma de ganhar dinheiro é fazendo show?, ressalta Tuba. Atualmente os integrantes do Faichecleres estão gravando uma demo para o segundo álbum e se mudaram para São Paulo devido à forte movimentação cultural e econômica da cidade. Domingo a banda se apresenta em Sampa para seu último espetáculo antes de viajar para o nordeste, onde fazem uma turnê.

Com dois anos de atividade, outra banda que vem conseguindo um espaço em Curitiba é o Terminal Guadalupe. Sem gravadora, mas com vontade e talento, o grupo vem se apresentando nos palcos da cidade e com seu website alcançaram duas mil cópias vendidas. Segundo o baterista do Terminal, Fabiano Ferronato, o número de bandas é enorme e muitas têm um grande potencial. ?Temos CDs para vender na internet e as pessoas também podem baixar pelo site. Fora do eixo Rio-Sampa os músicos só conseguem visibilidade pela internet?. Fabiano destacou Curitiba como um dos melhores cenários independentes de rock, com bandas como Charme Chulo, Polexia e a mais tempo no mercado o Relespública. O Terminal se apresenta hoje, às 20h, no Cine Teatro do Sesi Portão (Rua Padre Leonardo Nunes, 180).

Gênero sofreu adaptações

festa3130706.jpgO rock conquistou multidões, derrubou tabus, sofreu perseguições, teve altos e baixos, no entanto, sempre teve a capacidade de se reinventar trilhando uma trajetória única na história musical. O termo ?rock?n?roll? foi usado pela primeira vez pelo disc jóquei americano Allan Freed, em 1951. Cinco anos depois surge Elvis Presley, considerado até hoje o rei do rock. Hoje o gênero foi reinventado com misturas de estilos populares, músicas folclóricas, funk e eletrônica. Em Curitiba uma jovem banda vem se destacando através dessa abertura musical.

O Bonde do Rolê, banda formada por três curitibanos, toca rock com composições próprias e mesmo antes de gravar um CD já foi notícia no New York Times e na revista Rolling Stone, periódico que a destacou como as dez novas bandas que precisam ser escutadas. O grupo mistura o funk carioca com rock. As letras falam de morte, paraíso e inferno. Juntando vocais bizarros e músicas como Cai nimim, Melô do caldinho Knorr e Dança da Ventuinha, o Bonde é um exemplo das infinitas possibilidades do rock.

A música eletrônica é o estilo que mais se expandiu e ganhou força nos últimos anos. Muito às custas do rock. Nomes da música eletrônica como Prodigy e Daft Puk misturam o rock com suas próprias músicas. Em compensação, diversos figurões do rock atual como Radiohead, Placebo e U2 se renderam às batidas eletrônicas e sua música ganhou sonoridade moderna.

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