Brasil leva mais de 8 mil livros para feira em Cuba

Cerca de 8,5 mil livros de mais de 80 editoras nacionais chegam, neste fim de semana, a Cuba, para ocupar as prateleiras do estande brasileiro na 14.ª Feira Internacional do Livro de Havana, que começa na próxima quinta-feira (3). O evento, que tem o Brasil como convidado de honra, concentrará todas as atenções na cultura e na produção editorial de nosso país.

Juntamente com as 2,5 toneladas de livros, vários escritores deverão chegar à ilha caribenha nos próximos dias, como Frei Betto, Deonísio Silva, Vladimir Sachetta, Emir Sader, Elisa Lucinda, Eduardo Romulo Bueno, Thiago de Mello, Carlos Nejar e Fabio Weintraub. Entre as autoridades, são esperadas as presenças do ministro-chefe da Casa Civil, José Dirceu, e dos ministros da Cultura, Gilberto Gil, da Educação, Tarso Genro, e da Integração Nacional, Ciro Gomes.

Para Oswaldo Siciliano, presidente da Câmara Brasileira do Livro, entidade que organizou a participação das editoras brasileiras em Cuba, "o grande número de editoras e a diversidade de títulos certamente representarão bem o nosso país, mostrando a força de nosso setor". Dos 595 metros quadrados reservados ao estande brasileiro, que está sendo organizado pelos ministérios das Relações Exteriores e da Cultura, 170 metros quadrados serão destinados à exposição das obras nacionais.

Chico, Glauber, Portinari, Nóbrega

O evento, que vai de 3 a 13 de fevereiro e tem como tema Ler é Crescer, dará ênfase, além da literatura, a diversos segmentos da cultura brasileira, como música, cinema e artes plásticas.

Estão programadas as exposições "Chico Buarque – Vida Obra e Brasil 5 Séculos; as mostras de cinema "Cine e Literatura", "Cinema Brasileiro Contemporâneo" e "Retrospectiva Glauber Rocha", uma conferência sobre o pintor Cândido Portinari, uma apresentação da Orquesta Filarmônica Nacional de Cuba interpretando obras do compositor Villa-Lobos e as palestras "Literatura e crítica social" (Frei Betto), "Cidadania no Brasil, o longo caminho" (José Murilo de Carvalho) e "A função social do escritor" (Deonísio Silva), entre outras.

O ciclo será encerrado com o show "Sol a pino", do cantor e dançarino Antonio Nóbrega.

Feira itinerante

Vivem no país 12 milhões de pessoas com grande afinidade com a nossa cultura. Atualmente, 1 milhão de cubanos estudam o português do Brasil, fato que amplia a demanda por livros brasileiros de diversos gêneros.

Ao término do período em Havana (realizada na Fortaleza de San Carlos de la Cabaña, construção colonial do século 18, considerada uma das maiores da América), a feira ganhará caráter itinerante, passando por 34 cidades cubanas até 5 de março. Os livros brasileiros serão doados ao governo cubano, que se incumbirá de distribuí-los para as bibliotecas do país.

Recorde

A feira contará com a presença de 107 expositores (54 estrangeiros e 53 cubanos), totalizando mais de 500 editoras de 30 países, recorde do evento. Isso é "uma mostra da confiança em Cuba como um importante espaço de cultura e comércio", afirma a presidente da Câmara Cubana do Livro, María Mederos.

Além da programação dedicada ao Brasil, a feira contará com uma série de outras atividades, como simpósios, palestras e exposições, que inclui uma homenagem aos 400 anos da publicação de "Dom Quixote". Dos escritores locais, serão homenageados o dramaturgo Abelardo Estorino e o poeta Jesús Orta Ruiz. A expectativa é que o evento seja visitado por 750 mil pessoas.

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