A arte dos índios do Paraná em exposição

A arte popular é a que emana do povo e das suas raízes – e na busca das nossas raízes, vamos ao encontro dos indígenas, primeiros habitantes do Estado e precursores da mais pura manifestação artística, representada em seu cotidiano, na confecção de adornos, plumas coloridas em diversas formas, leques, penachos e coroinhas. Os materiais que os indígenas dominam como ninguém são os trançados das cestarias, a madeira nos entalhes e detalhes das armas, as pinturas corporais e a cerâmica, na confecção de potes e tigelas até urnas funerárias, desenhadas com vários motivos – e a fauna, muitas vezes representada em madeira queimada ou em cera de abelhas.

A Sala do Artista Popular, em parceria com o Programa do Voluntariado Paranaense (Provopar), dedica aos povos indígenas a mostra Arte Indígena, que inaugura hoje às 18h30 e vai até 12 de novembro, à Rua Saldanha Marinho, s/nº – anexo à Secretaria de Estado do Paraná. Na abertura haverá dança e música com o Grupo Tatemerim Guarani.

História

O Estado do Paraná, muito antes da chegada dos europeus, era ocupado por dezenas de grupos étnicos indígenas de origem pré-colombiana. Os dois maiores grupos eram os Kaigang e os Guarani, mas existem três importantes etnias indígenas no Paraná: Kaigang, Guarani e Xetá.

Os Kaigang, que falam a língua do tronco lingüístico Jê e representam hoje a terceira etnia indígena em população no Brasil, habitavam os estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná e São Paulo. Viveram sempre no Centro – Sul do Brasil, nem muito para o Leste e nem para o Oeste, ou seja, sempre no miolo dos estados.

Os Guarani habitavam a região litorânea do Sul do Brasil, entre Cananéia (SP) e o Rio Grande do Sul, além do Estuário do Prata, às margens do Rio Paraná.

Os Xetá são índios genuinamente paranaenses. Foram encontrados no início dos anos 50 na região de Serra dos Dourados, e viviam, à época, na idade da pedra polida. Habitam ainda hoje no Paraná cerca de 13 mil índios das três tribos. A maioria deles se serve do artesanato como fonte de renda, que vendem ou trocam por alimentos.

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