Zetti leva Jundiaí à loucura com goleada no Santos

O treinador do Paulista, o ex-goleiro Zetti não parou de receber ligações em sua casa cumprimentando-o pela vitória sobre o Santos, na noite de quinta, por 4×0, no Estádio Jaime Cintra, em Jundiaí.

Jundiaí

– A torcida jundiaiense reconheceu o seu trabalho, que está completando um ano, gritando o seu nome ao final da partida, que teve direito até a coro de “olé”. “Foi muito emocionante. Há muito tempo eu não sentia essa emoção. Desde os tempos de goleiro”, comentou. Para a vitória, o técnico revela o segredo: ele estudou a equipe por meio de fitas de vídeo e exigiu dos jogadores forte marcação.

Agência Estado

– Como você preparou a equipe para esse jogo contra o Santos?

Zetti

– Nós trabalhamos a semana toda em cima da maneira que o Santos joga. Orientamos os jogadores para que eles fizessem o jogo da vida deles e jogassem diferente. E eles jogaram. Orientei para jogarem igual ao Santos, com bastante marcação. A gente viu várias fitas dos jogos deles. Contra o Santos não tem como não tomar gol. Mas marcando bem, seria difícil para eles.

AE

– O seu time correspondeu e o Leão parece que ficou bravo com isso.

Zetti

– O meu time é formado por jovens que tocam bem a bola, desde a defesa até o meio-de-campo. É um time com muita habilidade. O Leão conversou comigo depois do jogo. Eu trabalhei com ele e fui campeão com ele. Mas eu pensei no meu time e nem vi a reação do Leão durante o jogo. (Leão olhava para Zetti a cada ataque do Paulista.)

AE

– Os jogadores do Paulista são aplicados?

Zetti

– A equipe é disciplinada e técnica. Ela tem boa saída de bola. Eu falo que a bola precisa ser bem trabalhada e procuro dar motivação.

AE

– E o que falta ao Paulista?

Zetti

– Faltam recursos. Não é uma equipe como a do Santos. É formada por maioria de jogadores desconhecidos e que não ganham muito, não são badalados. Obtivemos resultados por causa de muito trabalho.

AE

– Quanto é o salário mais alto do clube?

Zetti

– É de 5 a 6 mil reais. Não é muito, não.

AE

– O que é mais fácil, ser comentarista ou treinador?

Zetti

– Ser comentarista é diferente. Valeu a experiência. Mas é fora do meu circuito. Eu sentia a necessidade de pisar em campo novamente. É bom comandar os jogadores e ver o resultado.

AE

– E a torcida vibrou com você, gritando o seu nome no final da partida.

Zetti

– Foi muito emocionante. Há muito tempo eu não sentia essa emoção. Desde os tempos de goleiro eu não escutava isso. Fiquei contente com o torcedor que me apoiou.

Imprensa local festeja o “show”

Jundiaí

– A vitória histórica do Paulista de Jundiaí sobre o Santos, por 4 a 0, no Estádio Jaime Cintra, fez o torcedor do “Galo” ir à loucura. Os jornais locais definiram a conquista da liderança do Grupo 2, com 19 pontos contra 17 do próprio Santos, como um “show” e que o tricolor deixou o adversário “de quatro”. Em entrevista coletiva ao final do jogo, o treinador Emerson Leão comentou que o “Santos não perdeu, apanhou do Paulista”.

O zagueiro Asprilla disse que o técnico Zetti pediu à sua equipe para jogar o “jogo da nossa vida. Ele comentou que queria estar no nosso lugar, jogando também”. Já o atacante Canindé, que atuou no Santos e não foi aproveitado, fez duas jogadas sensacionais, sendo que em uma converteu o gol, passando a bola por debaixo das pernas do zagueiro André Luís e por cobertura sobre o goleiro Doni. Canindé afirmou à imprensa que merecia uma medalha ou uma placa pelo gol que fez. “Foi uma jogada incrível. Eu vi o Doni adiantado e aproveitei.”

Para Zetti, o segredo da vitória sobre o Santos foi jogar como o próprio Santos. Ele mostrou várias fitas de vídeo aos jogadores e pediu marcação forte. Asprilla contou que falhou uma vez, escorregando em campo molhado por causa da chuva, mas promete que nunca mais vai falhar. “O Zetti tem sido um professor. Ele pediu para a gente jogar simples e sério, sem brincar.”

Asprilla disse ainda que o jogo, além de servir para o Paulista liderar o campeonato, foi também para “holandês ver”, já que a diretoria tem recebido holandeses do PSV, como o diretor-técnico, Hans Van Der Zee. O objetivo é promover um intercâmbio com troca de jogadores e financiamentos das categorias de base em Jundiaí.

O presidente da Federação Paulista de Futebol (FPF), Marco Polo Del Nero, ficou encantado com a vitória do Paulista: “Foi uma beleza”, comentou. Os torcedores, nas ruas de Jundiaí tiveram outro motivo para comemorar. A Gamor, torcida organizada, conseguiu na estréia como escola de samba do Carnaval de rua da cidade subir para a Divisão Especial.

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