Treinos físicos puxados e ótimo ambiente no Coritiba

Normalmente, os jogadores não gostam de treinos físicos. É de se entender: eles fazem o que todos adorariam (viver jogando futebol, e ainda ganhando para isso), e como os pobres mortais, preferem ficar batendo bola. Só que, no futebol moderno, a preparação é cada vez mais importante, e o elenco do Coritiba mostra-se disposto a encarar a rigorosa série de sessões comandada pelo fisicultor Manoel dos Santos. Ajuda – e muito – a melhora do ambiente dos últimos dias.

Para jogadores e comissão técnica, a volta de Roberto Brum e o final da incompatibilidade entre Tuta e Luís Mário criaram o clima propício para a intertemporada. “Está tudo muito bem, e o ambiente lá na Estância Betânia é ótimo”, comenta o capitão Reginaldo Nascimento. “A gente tem tempo para conversar, para reunir todo mundo e acertar os ponteiros. Até porque todo mundo tem as mesmas carências nessa hora, com saudade da família”, completa o zagueiro.

Tirando isso, restam os treinos. E os desta semana foram planejados há mais de um mês. “Quando começamos a jogar apenas nos finais de semana, deliberadamente optamos por reduzir a carga de trabalhos. Fomos aumentando a cada semana, e agora vamos intensificar os treinamentos”, explica o preparador físico alviverde.

Ao contrário dos últimos tempos, não há trabalhos individualizados. Isso porque o elenco conseguiu criar uma uniformidade de rendimento. “Antes havia três grupos, mas nos últimos testes nós sentimos que a diferença entre eles é muito pequena. Assim, nós pudemos colocar todos os jogadores trabalhando juntos”, conta Manoel dos Santos.

E isso, segundo ele, aplica-se a todos, inclusive a jogadores que passaram por lesões ou que estariam fora de forma, como Tuta. Sobre o centroavante, Manoel diz que não há nada de errado. “Ele tem uma compleição física diferente, até pela posição que joga. Mas o Tuta gosta de treinar, tem muita qualidade e uma força física impressionante. Essa tal má forma dele é a mesma de quando ele fez dois gols na final do Paranaense”, comenta.

Manoel dos Santos também rebate as críticas de que o elenco alviverde está com problemas físicos. “Não se pode dizer que um time perdeu um jogo por causa de apenas um problema. O futebol é feito de valências físicas, técnicas, táticas e emocionais. Contra o Palmeiras, ficou bem claro que o rendimento do time como um todo foi ruim”, finaliza.

Na enquete, maioria diz que falta qualidade ao Coritiba

O momento do Coritiba é o mais complicado da temporada 2004. Os jogadores, a comissão técnica e a diretoria tentam aproveitar a intertemporada para entender o que aconteceu com o time, que chegou a ficar quinze jogos invicto e agora está sem vencer há mais de um mês (são sete partidas de jejum). Para saber a posição dos torcedores/internautas, a Tribuna encomendou uma pesquisa através do sítio Paraná-Online.

Até as 16h de ontem, quase três mil pessoas participaram da enquete. A posição prioritária dos torcedores é a de que falta qualidade ao elenco do Coritiba, principalmente no meio de campo, opção escolhida por 30,9% dos votantes. As outras quatro opções vivem um ?empate técnico?: culpa da diretoria (19%), culpa do técnico Antônio Lopes (17,9%), falta de vontade dos jogadores (16,8) e equilíbrio do Brasileiro (15,5%).

A escolha da maioria é semelhante à de parte da diretoria, liderada pelo vice-presidente Domingos Moro. Para ele, são necessárias contratações, desde que elas venham para melhorar o grupo. “Acho que a posição é normal vinda do torcedor. Só acho que o elenco tem qualidade, tanto que fez boas campanha.”, resume o dirigente.

O avaliador Cláudio Marques segue observando atletas que disputam a série B. “Depois de acompanhar Grêmio e São Caetano (os próximos adversários do Cori), fui ver Bahia x Vila Nova, e relatei o que acompanhei para o comando do futebol”, afirma Cláudio. Como nenhum jogador agradou de todo, o primeiro nome continua sendo Tcheco, que está no futebol árabe. “Não dá para pensar em encher prateleira”, resume Domingos Moro.

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