Torcida perde a paciência e exige: Fora Espinosa!

A diretoria do Atlético deverá anunciar hoje a dispensa de Valdyr Espinosa e seu auxiliar Rivelino Serpa. Após o terceiro resultado ruim dentro de casa, (derrota de 1×0 para o São Caetano, sábado) os dirigentes irão se reunir para discutir a contratação de um novo profissional e encontrar uma forma de remotivar o grupo de jogadores, que não responde mais ao comando técnico. A iniciativa é praticamente uma obrigação, já que a torcida pediu pela terceira vez a cabeça do técnico e não deverá poupar a diretoria se uma posição não for tomada.

Uma fonte ligada à diretoria assegurou que a decisão já estava tomada no final da noite de sábado e que o clube já mantinha contato com o técnico Abel Braga, recém desligado do Botafogo.

No entanto, o presidente do clube, Mário Celso Petraglia, negou que a referida reunião tenha acontecido. “Não teve reunião nenhuma. Hoje (ontem) é domingo e eu não trabalho”, informou. Ele não quis nem confirmar a realização de um encontro da cúpula rubro-negra para hoje. “Vamos pensar”, disse. No entanto, tradicionalmente, os dirigentes se reúnem no início da semana para tratar do clube. Mas, a maior probalidade é de que uma decisão já esteja tomada e apenas seja anunciada durante o dia.

O técnico Abel Braga, amigo particular de Valdyr Espinosa, negou que tenha sido procurado. “Até onde sei, o Vadyr é técnico do Atlético e vem fazendo um bom trabalho. Além disso, pelo que conheço da diretoria do Atlético, eles não procurariam um treinador ainda tendo um técnico no comando”, disse à Tribuna, incomodado com a saia-justa. “A função da imprensa é especular, mas não acho ético da minha parte ficar comentando esse assunto”.

Para Antônio Carlos Gomes, diretor-técnico do clube, não era o momento para mais uma derrota. “Temos que recuperar esta semana, perdemos três jogadores importantes, temos que ir para Goiás com uma motivação muito grande e não podemos perder mais”, destacou. O dirigente reconheceu que o treinador está enfrentando uma situação – as vaias – muito ruim. “A diretoria tem que ser inteligente para não fazer nada levada pela emoção. Vamos esfriar a cabeça, analisar o jogo e discutir com o treinador”, apontou.

O técnico Valdyr Espinosa estreou no comando do time no dia 20 de julho deste ano num amistoso em Joinville. O Atlético venceu o time local por 1 a 0. Nas 16 partidas (dois amistosos e 14 pelo Campeonato Brasileiro) comandadas pelo treinador até sábado, o clube venceu 8, empatou 4 e perdeu 4. Foram 26 gols favoráveis contra 16 contra. Apesar de os números não serem tão ruins, a torcida não perdoou o fato do time passar a jogar mal justamente num momento de confirmação na competição e por isso sábado o estádio inteiro gritou “Fora Espinosa” em três oportunidades.

Elenco pode perder o 4.º titular para sábado

Apesar da derrota, o Atlético ainda conseguiu passar o final de semana no grupo dos times classificados à próxima fase do Campeonato Brasileiro. No entanto, o time tem uma partida a mais do que os adversários mais próximos e não pode dar mais chances para o azar. A começar pelo próximo sábado. O time tem a obrigação de vencer o Goiás, fora de casa, para recuperar os pontos perdidos em plena Arena da Baixada.

Para esta partida, a equipe não poderá contar com o lateral-esquerdo Fabiano, o meia Kléberson e o atacante Dagoberto. Os três tomaram cartão amarelo na partida contra o São Caetano e cumprirão suspensão automática. O mesmo deverá acontecer com o volante Douglas Silva, que será julgado amanhã pela expulsão na partida contra o Paraná Clube. Ele está inscrito no artigo 310 do CBDF que prevê de 2 a 4 partidas de punição. Como o jogador é reincidente, não deverá escapar de um julgamento rigoroso.

As suspensões foram o reflexo da atuação do time no sábado contra o São Caetano. Sem organização, vibração e velocidade no primeiro tempo, os jogadores não se encontraram em campo não conseguiram sair da arapuca armada por Mário Sérgio. Jogando mal e irritados com a forte marcação, os rubro-negros se deixaram envolver e entraram no clima. Nenhuma bola foi no gol defendido por Sílvio Luís, mas dois cartões amarelos tomados começaram a desmontar a equipe para a sequência da competição.

Na etapa final, tudo mudou. O atacante Alex Mineiro entrou com raiva e jogou como há muito não se via. Até o atacante Kléber, que andava meio apagado, passou a jogar melhor. E, foi o próprio Alex Mineiro que teve a melhor chance de vencer o goleiro Sílvio Luís. Dentro da área, ele passou por um marcador e chutou a bola que explodiu no travessão. O time até merecia um empate, mas como a coisa todo começou errado, o castigo acabou vindo no final da partida e o Furacão saiu de cena mais uma vez derrotado.

Alex desmente “briga”

O atacante Alex Mineiro, do Atlético, desmentiu que tenha se desentendido com o técnico Valdyr Espinosa. Nos bastidores, comentou-se que ele teria chamado o treinador de “burro”, mas ambos negaram qualquer tipo de animosidade. Mesmo assim, ele revelou à Tribuna que o banco mexeu com a sua cabeça e, agora, espera voltar a render o mesmo futebol que o consagrou na equipe rubro-negra.

Tribuna – O que Espinosa falou para vocês após essa derrota para o São Caetano?

Alex – Olha, quando eu cheguei ali, ele já tinha falado com o grupo. Mas, nós estamos tranqüilos e sabemos do potencial que temos. Ninguém gosta de perder, mas nós corremos, fomos em busca da vitória e infelizmente não conseguimos. Agora, vamos trabalhar durante a semana para que, contra o Goiás, a gente possa trazer os três pontos.

Tribuna – Qual foi a justificativa que o técnico deu para te tirar do time?

Alex – Eu não vinha passando um momento muito bom, a gente mesmo tem que fazer uma avaliação do nosso trabalho. Eu não estava vindo bem e ele preferiu testar o Dagoberto.

Tribuna – Você entrou muito bem no jogo. Isso foi reflexo do banco?

Alex – A gente quando está bem, se acomoda um pouco. Isso faz com a gente caia de produção e um banco faz bem. Deixa você com a cabeça um pouco mais aberta e volta a pensar nas coisas boas e sempre querendo voltar ao time.

Tribuna – Qual foi o real motivo para a sua ausência no Rio de Janeiro?

Alex – Antes de qualquer coisa a gente tem que respeitar o companheiro que entrou. Eu tive problemas particulares com a minha filha e já não vinha com a cabeça boa por não estar atuando. Por isso eu pedi para ficar de fora porque iria viajar preocupado. Conversei com o presidente e com o treinador e graças a Deus está tudo certo agora.

Tribuna – O relacionamento com o Espinosa é bom?

Alex – É bom. O relacionamento dos jogadores com o treinador sempre foi da melhor forma possível e a gente vai trabalhar com vontade até a oportunidade de poder voltar ao time.

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