Obra da discórdia

Teto retrátil da Arena da Baixada vai parar na justiça

O Atlético ganhou mais um obstáculo para a conclusão das obras de instalação do teto retrátil da Arena da Baixada. Depois de iniciar a colocação da tampa do caldeirão no final de agosto e com o prazo para conclusão do processo até o dia 30 de setembro, o clube não deu sequência por causa de divergências contratuais com a Lanik do Brasil Engenharia, empresa de São Paulo contratada para realizar o serviço que custou ao Rubro-Negro aproximadamente 1 milhão de euros. O caso, no entanto, é muito mais sério do que se imagina, foi parar na Justiça e o Rubro-Negro, por meio da sua diretoria, cobra que a empresa realize o serviço seguindo o acordo prévio firmado entre as partes.

Segundo informação repassada pelo Atlético aos organismos municipais responsáveis (Secretarias de Urbanismo e de Trânsito), a empresa contratada está cobrando um valor adicional para concluir a instalação do teto retrátil. Isto porque o clube não iniciou as obras na data agendada, que era antes da Copa do Mundo, realizada em junho deste ano. Porém, a tampa do caldeirão não foi colocada antes do Mundial a pedido da Fifa, para que o estádio atleticano ficasse pronto a tempo de receber os jogos.

O Paraná Online teve acesso aos autos do processo, que está tramitando na 21ª Vara Cível de Curitiba e, pelo serviço, o Atlético pagou à Lanik do Brasil Engenharia a quantia de 921 mil euros pelas peças do teto retrátil e mais 94 mil euros pela mão de obra na instalação, que seria pago após a conclusão do trabalho. Entretanto, segundo consta no processo, a empresa, após enviar as peças, pediu 418 mil euros para concluir a colocação da tampa do caldeirão e, por isso, o clube entrou na Justiça para que o valor previamente acordado fosse cumprido. O juiz ressalta ainda a inexistência de um contrato firmado entre o Atlético e a empresa, mas as provas apresentadas através dos e-mail trocados garantem a legalidade do pedido do clube.

O Atlético ganhou a liminar no dia 29 de setembro e o juiz Rogério de Assis, da 21ª Vara Cível, determinou que a empresa reinicie os trabalhos na Arena da Baixada em um prazo de quinze dias e o custo para o Atlético seja de 94 mil euros. O não cumprimento da decisão acarretará em multa de R$ 100 mil diários. A Lanik do Brasil Engenharia tem o prazo de quinze dias para recorrer da decisão.

Na liminar deferida a favor do Atlético, o juiz cita, inclusive, que a demora na conclusão da obra está atrapalhando o clube na utilização do seu estádio como uma arena multi uso, principalmente por estar localizada em Curitiba, que é a capital mais chuvosa do Brasil.

“Pelo pedido da Fifa e pelo Atlético ter deixado programado a instalação para depois da data agendada, a empresa alegou que não tinha agenda para concluir o serviço e, por isso, cobrou um valor adicional para terminar a obra. O clube tem essa liminar que garante a instalação. Assim que for determinado o dia, se a empresa não cumprir a decisão e não voltar a trabalhar na Arena da Baixada, haverá uma multa diária a ser cobrada”, acrescentou o secretário municipal de urbanismo, Reginaldo Cordeiro.

Segundo informação repassada pela Secretaria Municipal de Trânsito (Setran), na semana passada, a expectativa era de que as obras sejam retomadas até o final de outubro e de que a tampa do caldeirão rubro-negro esteja completamente colocada em sessenta dias depois do início das obras.

No final de agosto, as primeiras peças, importadas da Espanha, chegaram e o processo de montagem da estrutura foi iniciado pelos técnicos. A Rua Buenos Aires, nas esquinas com a Avenida Getúlio Vargas e Rua Engenheiros Rebouças foi fechada pela Setran para que os guindastes pudessem trabalhar no local. Porém, com a paralisação das obras, o trecho foi reaberto no final da ,semana passada. De acordo com Reginaldo Cordeiro, a via só será interditada novamente assim que as obras forem retomadas no Joaquim Américo.

Prejuízo

A demora para a conclusão da instalação do teto retrátil da Arena da Baixada pode prejudicar a parceria firmada entre o Atlético e a 3G United, nova gestora do estádio atleticano. Isto porque a empresa já agendou para o início de dezembro, a realização do Shooto Brasil, um dos principais eventos de MMA da atualidade.

Segundo a assessoria de imprensa da 3G United, a instalação do teto retrátil é de responsabilidade única do Atlético. Foi informado também que o evento não será realizado se o teto retrátil da Arena da Baixada não for concluído a tempo.