Sub-20 administra uma nova pressão

São Paulo – O técnico Nélson Rodrigues diz que não, mas a verdade é que o Campeonato Sul-Americano Sub-20, que começa dia 7, no Paraguai, ganhou tremenda importância nos últimos dias. Além de classificar quatro times para o mundial do ano que vem, no Canadá, a competição continental vai garantir as duas primeiras seleções na Olimpíada de 2008, na China, como determinou a Confederação Sul-Americana de Futebol na semana passada, cancelando o pré-olímpico.

Embora a Conmebol já tenha divulgado, Rodrigues estava reticente em aceitar o fato. Tudo porque não havia recebido informação oficial da CBF. Mas o treinador, de 41 anos, que assumiu a seleção Sub-20 no começo de 2006 – já treinou as equipes Sub-15 e Sub-17 -, garante: a pressão não vai mudar e o trabalho será o mesmo, independentemente do fato de o torneio dar vaga olímpica.

Agência Estado – O Sul-Americano ganhou mais importância por classificar as seleções para a Olimpíada?
Nélson Rodrigues – Estou trabalhando para ser campeão do Sul-Americano e ganhar a vaga no mundial. Vi que a Conmebol divulgou esta notícia, mas a CBF ainda não me passou nada de oficial. Como já estamos trabalhando para ficar com o título, a classificação para a Olimpíada vai ser uma conseqüência.

AE – Mas você ficou surpreso com isso?
Rodrigues – Tanto surpreende que até a gente não sabe se isso é certo. O correto era ter um torneio para cada coisa. Para classificar para a Olimpíada, deveria ter o Pré-Olímpico, pois daí a gente se prepararia apenas para a briga por vagas, com um trabalho diferente. Desse jeito não está certo.

AE – O Brasil não conseguiu a classificação para os Jogos Olímpicos de Atenas, em 2004. Não acredita que sua responsabilidade aumentou agora?
Rodrigues – A responsabilidade é a mesma. Sempre há pressão do povo, de todos. Não vamos mudar a forma de trabalhar por causa disso.

AE – Um dos destaques de sua seleção é o atacante Alexandre Pato que teve cuidados especiais no Internacional e chegou até a ser proibido de dar entrevistas. Ele terá algum tratamento diferente na seleção?
Rodrigues – Aqui todo mundo é igual e ninguém tem tratamento diferente. Nem sei o que aconteceu lá no Internacional. Ele chegou aqui machucado (tendinite no tornozelo esquerdo) e está no trabalho final de recuperação.

AE – Como é que seu time joga? De forma ofensiva?
Rodrigues – A seleção brasileira tem a tradição de jogar no esquema 4-4-2. Temos de ter uma postura ofensiva, ir para cima dos rivais, já que queremos ser campeões da competição.

AE – E os principais adversários?
Rodrigues – O Paraguai, por ser sede, pode complicar. A Argentina sempre monta bons times no Sub-20, o Equador tem feito um bom trabalho. Sem contar a Colômbia e o Uruguai.

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