Site do Atlético expõe carta de ex-presidente

O novo site do Atlético, em sua seção “A Palavra do Presidente” – destinada apenas às falas de Mário Celso Petraglia – “esqueceu” entre os artigos um assinado pelo ex-presidente Marcos Malucelli. O curioso é que nesta fase de blindagem de informação, o veículo oficial do Rubro-Negro permitiu até ontem (é possível que hoje, com a divulgação desta reportagem, o link seja retirado) que os atleticanos lessem quase que uma clarividência do que o clube viria enfrentar se voltasse a se submeter a uma gestão de Petraglia.

O artigo foi publicado em 17 de julho de 2011 e está acessível no seguinte link: http://www.atleticoparanaense.com/site/noticias/detalhe/23489/A-PALAVRA-DO-PRESIDENTE. Frise-se, desde que não seja retirado a partir de hoje. Caso não, vale ler. Destacam-se os seguintes trechos: “Devo dizer que houve muito esforço para resgatar a imagem do ATLÉTICO junto aos torcedores, à imprensa nacional e ao mercado do futebol, diante do desgaste sofrido pela instituição nos últimos três anos anteriores à nossa gestão, sem títulos e sofrendo críticas de todas as partes quanto à política de reclusão então vigente, quando predominavam restrições à liberdade de expressão e de imprensa, tentação à qual o antigo dirigente e dono da verdade aderia de pronto se contrariado em seu desiderato.”

Segue o artigo: “A atual Diretoria conseguiu praticamente dobrar o número de associados, fechou contratos de patrocínios muito vantajosos ao CAP e sem as comissões até então costumeiras, negociou novas e melhores cotas de direitos de transmissão de jogos e, enfim, promoveu de forma democrática a retomada do crescimento do Clube, sem jamais vincular esse desempenho a qualquer dirigente especifico e, importante, sem qualquer objetivo político ou de continuísmo à frente do Clube, por entender como edificante a alternância no poder.”

O texto é longo, e, sem citar Petraglia em nenhum momento, procura questionar o movimento que minou a administração Malucelli ao longo de todo o segundo semestre de 2011, e que culminou na reeleição de Petraglia. “Por isso, questiono: esse tipo de movimento tem realmente uma preocupação com o futebol? Parece-me muito mais própria de pessoas espertas em preços, mas que não têm a menor noção do que seja valor”, diz um dos trechos finais do artigo, rompendo a mordaça rubro-negra.