Rubro-negro vive drama igual ao de 1967

O Atlético tenta hoje, contra o Botafogo, encerrar seu drama no Brasileirão 2011 e acabar com um jejum de vitórias que já entrou para a história do clube. Há 12 jogos sem vencer, o Furacão vive a segunda pior sequência de resultados desde sua fundação.

Fase tão negra, o clube só havia experimentado entre 1966 e 1967, quando acabou rebaixado para a Segunda Divisão do Campeonato Paranaense. Na pior crise de seus 86 anos, o time da Baixada ficou sem vencer durante quase um ano, entre os dias 16 de outubro de 1966 e 2 de setembro de 1967.

Contando apenas os jogos oficiais, foram 15 partidas de jejum pelo Estadual. Mas o clube ainda disputou no período mais seis confrontos por um torneio de verão, não venceu uma sequer e ampliou a série para 21 jogos sem qualquer triunfo.

O jejum terminou ainda durante o Paranaense de 1967, mas não evitou que o Furacão terminasse o torneio na última posição. Para não ser obrigado a disputar a Segunda Divisão estadual, o Rubro-Negro teve que virar a mesa. Jofre Cabral e Silva assumiu a presidência no final do ano, cunhou a célebre frase “não deixem nunca morrer o meu Atlético” e reergueu o clube na marra.

Reprise

Algumas semelhanças entre o momento atual e a crise de 1967 parecem assustadoras para os atleticanos. O ano começou com a saída dos principais jogadores de um time que, no ano anterior, levou o Atlético a uma campanha considerada boa, no contexto de vacas magras da época: 3.º no Estadual.

Como agora, o Furacão enfrentava também problemas administrativos. No livro Atlético Paranaense – Paixão Eterna, o historiador rubro-negro Heriberto Ivan Machado escreve: “A diretoria não era dotada de empatia. Sua penetração nos meios diretivos do futebol era praticamente nula. Mesmo assim, no auge do desespero, andou trazendo uns ditos goleadores. Um desastre”.

Além disso, o clube também se via envolto com uma reforma no estádio Joaquim Américo. A Baixada foi fechada para uma reformulação total e grandes atleticanos foram os responsáveis pelas obras: os ex-goleiros Caju e Alberto.

Diferenças

As coincidências param por aí. Afinal, em 1967 o Atlético era um clube de estrutura precária e gravíssima situação financeira. Algo muito diferente do quadro atual, quando é dono de um grande patrimônio, pode dar-se ao luxo de fazer contratações milionárias e pagar um salário de seis dígitos a seu treinador.

Atributos que podem ajudar o Furacão a superar a crise, mas tornam inaceitável o fato de o clube chegar a uma marca tão negativa, comparável apenas aos piores momentos de sua história.