Copa 2014

Petraglia explica o que falta para a Copa vir para Curitiba

O presidente do Conselho Deliberativo e homem forte do Atlético, Mário Celso Petraglia, falou em entrevista à rádio CBN sobre os desafios e o que deverá ser feito para que a Copa do Mundo de 2014, a ser realizada no Brasil, venha para Curitiba. Há algum tempo, o presidente rubro-negro cobra maior apoio e consciência para que o maior evento esportivo do planeta passe por Curitiba. “O maior obstáculo é perder para nós mesmos. A autofagia do curitibano. Para isso não acontecer, temos que cumprir as exigências do caderno de encargos da Fifa e ratificarmos os compromissos assinados. A decisão para definir as sub-sedes é exclusivamente da Fifa”, disse Petraglia.

O dirigente não está medindo esforços, mas sabe que ainda falta muita coisa. “Estamos atrasados, não fizemos quase nada nos últimos 15 meses. Falta empenho político, perdemos muito tempo. Outras capitais estão mais mobilizadas. Somente agora tivemos um decreto do governo, que é muito singelo, aliás, e que não envolve as entidades estratégicas que deveriam estar presentes no projeto”, esbravejou o presidente.

Investimento e tempo

Arquivo
Se a Copa vier para Curitiba, a Arena é o estádio
indicado para receber alguns jogos do evento.

Segundo Petraglia, Curitiba está muito à frente de outras cidades que disputam para serem sub-sedes da Copa e, por isso, a capital paranaense não pode nem pensar em ficar de fora do evento. “100 bilhões de reais serão investidos, o que não é muito se comparado com o que a Alemanha e a África do Sul fizeram. O assunto é sério, o evento é maravilhoso, seria benéfico para a cidade. Não estamos vendo o movimento como deveríamos”, disse.

Meados de novembro é o limite para as cidades que pleiteiam ser sub-sedes apresentarem os projetos prontos para a Fifa. Quem não apresentar está fora. “Temos muito pouco tempo. É como um vestibular. Quem não levar a lição de casa até o dia 15 de novembro está fora da disputa e dia 15 é ontem. Temos que nos apressar”, disse. Em março de 2009, a Fifa irá definir quais serão as cidades aptas a receber a Copa do Mundo. No próximo dia 15 de novembro deverá ser apresentado à Fifa o projeto da cidade pronto com o termo de compromisso assinado pelo Governo do Estado e pela Prefeitura.

Curitiba

A capital paranaense é reconhecida a nível nacional pela sua organização e boa infra-estrutura. Segundo Petraglia, isso é um diferencial que pesa a favor da cidade. “Falta um pouco de logística, ecologia, mas em outros aspectos estamos avançados. É muito pouco o que precisará ser feito em Curitiba se comparado a outras capitais. Salvador não tem absolutamente nada e Belo Horizonte também. A população será beneficiada. Os hotéis passarão por uma reformulação, os serviços, o comércio, enfim, temos que voar para recuperar o tempo perdido”, ressaltou.

Política

O presidente do Atlético, Petraglia, de temperamento forte, sempre cobrou um maior apoio político no sentido de não medir esforços para que a Copa passe por Curitiba. Já discutiu, brigou, polemizou, fez de tudo cobrando uma maior conscientização dos poderes. Os responsáveis no momento são o vice-governador Orlando Pessuti e o secretário de turismo Celso Caron, que estão imbuídos com a árdua missão de ajudar a trazer a Copa para nossa cidade.

Contudo, Petraglia ainda acha que pode ser feito mais e reitera que a Copa não é do Atlético, e sim do Estado do Paraná e de Curitiba. “Eu percebo pouca agressividade, representatividade, sem força política. Ficaremos encolhidos na nossa insignificância e perderemos. Curitiba não pode ficar de fora. Essas brigas in,ternas e os problemas partidários atrapalham bastante. O Paraná está muito tímido. Chega de interesses políticos para aparecer. Temos que pensar na nossa cidade. Serão 600, 700 mil turistas no período da Copa, e isso não tem preço”, finalizou Petraglia, fazendo um apelo visível para que a Copa não deixe de passar por Curitiba.