Pavilhão Nove pressiona o Corinthians

São Paulo – Uma manhã infernal no Corinthians e, estranhamente, proporcionada pela própria diretoria. Apesar do centro de treinamento do clube ser fechado, 15 torcedores da organizada Pavilhão Nove tiveram, ontem, toda a liberdade para entrar com instrumentos e provocar os jogadores durante o treino. A preparação para o decisivo jogo contra a Portuguesa Santista, domingo, no Pacaembu, foi profundamente comprometida.

“Tem de honrar essa camisa” e “Raça, Timão”, gritavam e batucavam os torcedores em coro ameaçador. Oswaldo de Oliveira tinha de gritar para tentar orientar os constrangidos jogadores. Mas tudo iria ficar muito pior.

Depois do treino coletivo, os torcedores da Pavilhão Nove quiseram falar com Oswaldo de Oliveira. O técnico mandou dizer que estava de “cabeça quente” e não iria conversar. Os corintianos ficaram irritados e acabaram discutindo com Renato. O meia não se conteve e xingou a torcida.

“Eu tinha de sair para tratar da minha filha que estava doente em casa. Os torcedores estavam na minha frente. Pedi para que saíssem, mas não quiseram e discutimos”, justificou Renato.

Os cinco seguranças do clube não conseguiram conter os torcedores que invadiram o improvisado galpão onde estavam os jogadores. Houve empurra-empurra e discussões. Eles só se acalmaram quando o diretor Rivellino resolveu ouvi-los.

“Foi bom ele falar com a gente. Nós merecemos respeito. O time caindo e a gente veio apoiar e um jogador reserva vem nos enfrentar. Só acalmamos porque o Rivellino prometeu que o Corinthians vai lutar e ganhar. Mas nós iremos cobrar de qualquer maneira na segunda-feira pela campanha que o time fez no paulista”, ameaçou Carlos Laguna, diretor da Pavilhão Nove.

Rivellino se negou a dar a sua versão para a invasão. Rincón foi cobrar Renato por haver ofendido os torcedores. Rogério também fez questão de falar em tom conciliador com a torcida. Mas os jogadores entravam nos seus carros cabisbaixos, preocupados.

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