Parreira quebra a cabeça para arrumar a defesa

CBF News

Parreira quer melhorar posicionamento de Juan e Lúcio (foto).

Königstein, Alemanha (AE) – Ninguém duvida, em qualquer lugar do planeta, que a seleção brasileira reúne os melhores jogadores do mundo quando o negócio é atacar, colocar a bola para a frente, partir em busca do gol. Mas se há uma coisa que também todo o mundo reconhece é que a defesa do Brasil deverá continuar sendo, a partir desta terça-feira, em Berlim, o calcanhar-de-aquiles que pode acabar com o sonho do gigante do futebol de conquistar o hexa.

O técnico Carlos Alberto Parreira até já reconheceu isso publicamente. E nos treinos na Alemanha deixou claro que uma de suas maiores preocupações é a demora de o sistema defensivo se recompor quando sofre um contra-ataque. E tem quebrado a cabeça para tentar resolver o problema. Até agora, pelo menos, sem muito sucesso.

O volante Emerson, que terá, junto com Zé Roberto, a função de proteger os zagueiros Lúcio e Juan, além de policiar as laterais nos avanços constantes de Cafu e Roberto Carlos, sabe o tamanho dessa responsabilidade já contra a Croácia. "Vamos ter de fazer marcação muito próxima do adversário. Não podemos dar espaços, porque todos vão querer jogar contra o Brasil nos contra-ataques. Essa vai ser a maior arma deles e temos de estar preparados", diz o gaúcho, de 30 anos.

Na divisão de tarefas com Zé Roberto, o outro volante do time de Parreira, Emerson, sabe que lhe caberá ficar muito mais preso na intermediária, deixando o jogador do Bayern de Munique liberado para avançar e auxiliar o "quadrado mágico". Pelo menos quando o Brasil estiver atacando. Porque defender passou a ser obrigação de todos, ensina Parreira dia após dia.

Nos dois coletivos na Arena Zagallo, em Königstein, o treinador exigiu que os atacantes também voltassem rapidamente para aumentar o batalhão de defensores, assim que o time titular perdia a posse de bola. E assim será na Copa. Emerson também sabe que outra desconfiança que pesa sobre a defesa brasileira é a dificuldade com as bolas altas. Tanto que Parreira tem repetido as cobranças de escanteio nos treinamentos.

O volante da Juventus, de Turim, no entanto, não acha que isso seja um problema para a seleção. "O Brasil realmente é um time que sabe jogar muito bem com a bola no chão. Mas acho que nossa defesa está preparada para as jogadas aéreas, pois temos jogadores com boa impulsão", diz Emerson.

Os zagueiros brasileiros agradecem o apoio moral do companheiro. Mas, por via das dúvidas, pretendem impedir que a defesa da seleção sofra um bombardeio do inimigo croata já na sua estréia na Copa do Mundo. "Se pudermos evitar os cruzamentos sobre a nossa área vai ser melhor para nós", disse o zagueiro Juan, que prefere que sua impulsão e sua colocação não sejam testadas pra valer no jogo de terça-feira. "Também tentaremos marcar as jogadas na área", avisou.

Para Juan, outra tarefa importante será coordenar as subidas ao ataque com o companheiro Lúcio, que volta e meia parte em disparada para botar sua cara lá no meio dos atacantes brasileiros. "O Parreira já nos liberou, mas não podemos arriscar na hora errada", afirmou Juan, antecipando que, com essa zaga, não faltará emoção para o torcedor brasileiro.

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