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Parceria entre Paraná e russos é aprovada por Justiça do Trabalho; investidores têm prazo para pagamento

Leonardo Oliveira apresentou proposta dos russos aos conselheiros. Foto: Jonathan Campos/Arquivo/Tribuna do Paraná.

A Justiça do Trabalho homologou, nesta quarta-feira (19), a proposta de parceria entre o Paraná e a empresa russa TSI, apresentada pelo presidente Leonardo Oliveira aos conselheiros do clube na noite da última terça-feira (19).

A duração do contrato será de três anos. O investimento para o futebol profissional será de R$ 2,8 milhões em 2020 e dobrará nos dois anos seguintes – 1,2 milhões de euros (R$ 5,6 milhões) em 2021 e 2,4 milhões de euros (R$ 11,2 milhões) em 2022.

No despacho, o juiz José Wally Gonzaga Neto, do Tribunal Regional do Trabalho da 9ª Região e responsável pelo Ato Trabalhista, acordo entre o Tricolor e Justiça do Trabalho para o pagamento do passivo trabalhista do clube, diz que a parceria com a TSI “trata-se, de fato, da melhor solução para o saneamento financeiro do clube”.

Gonzaga Neto ainda ressalta que o objetivo da parceria é fazer o Paraná subir de divisão, “o que agilizará o pagamento total dos processos trabalhistas e cíveis”, tendo em vista o importante aumento de cotas de TV na Série A.

O juiz também confirmou que a parceria inclui o pagamento de todos os salários atrasados do Paraná até o momento – o clube deve dezembro e 13º de 2019, além de janeiro de 2020.

A TSI, por sua vez, tem até 6 de março para depositar este valor judicialmente. Inicialmente, a tendência é de que este valor seja feito na forma de um empréstimo pelos russos, que o receberão de volta parceladamente.

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O magistrado ainda solicita que os detalhes da parceria sejam mantidos em segredo de justiça, permitindo somente às partes que apresentem ao público em linhas gerais.

Felipe Ximenes, ex-diretor de futebol de Coritiba, Flamengo, entre outros, esteve presente na reunião. Ele atuará como uma espécie de CEO do futebol do Tricolor, indicado pela TSI. Inicialmente, Alex Brasil se mantém como gerente de futebol, atuando em conjunto com Ximenes.

No time profissional, a previsão é de chegada de até doze atletas para reforçar a equipe, que disputa o Paranaense, a Copa do Brasil e que competirá na Série B deste ano.

Categorias de base

O aporte financeiro também visará a revitalização da Vila Olímpica do Boqueirão, local em que treinam as categorias de base do Tricolor. Campos de grama sintética, reforma de alojamentos, compra de equipamentos para diversos setores e demais necessidades para melhorar a qualidade do local estão previstos.

Futuramente, a equipe profissional também poderia migrar do CT Ninho da Gralha, em Quatro Barras, para o Boqueirão. Vale lembrar que, em outubro de 2019, o Tricolor perdeu o Ninho para o ex-investidor, Carlos Werner.

A revelação de jogadores para o time principal e possíveis lucros com venda destes atletas, por sinal, seria justamente a contrapartida dos russos para o investimento no clube.

Quem é a TSI?

Inicialmente, a TSI agia como produtora de eventos de entretenimento e futebolísticos no Reino Unido e Rússia, tendo gerenciado, por exemplo, amistosos da seleção russa.

Em seguida, expandiu as ações para o gerenciamento de clubes de futebol. Fazem parte de seu cartel atual o FC Riga, da primeira divisão da Letônia; o Rodina Moscou, da terceira divisão russa; o Pafos FC, da elite do Chipre; e o Teungueth FC, do Senegal.

A título de comparação e guardadas as proporções, atua como uma espécie de Red Bull, nova parceira do Bragantino, que mantém também clubes na Alemanha, Áustria e nos Estados Unidos.

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