De volta ao Paraná Clube depois de oito meses no futebol japonês, o técnico Wagner Lopes chega ciente da responsabilidade que será manter o Tricolor na primeira divisão. Porém, antes disso tem o Campeonato Paranaense. Diferentemente do ano passado, o tempo para a pré-temporada é curto e ele terá que fazer o reformulado elenco paranista absorver o máximo de informações possível em poucos dias de treinamento.

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“Não tem como em quinze dias você mudar uma mentalidade de jogo, desenvolver um modelo de jogo que todos os atletas consigam fazer o que você pretende e almeja. É um processo um pouco mais demorado. Mas, desde o primeiro dia, colocamos bola, colocamos gradativamente da defesa para frente, os conceitos a gente já está colocando”, falou o treinador, em sua primeira entrevista coletiva desde o seu retorno.

A metodologia de trabalho do comandante paranista será a mesma usada no início do ano passado, respeitando a chegada dos novos jogadores e a adaptação dos que ficaram com os que estão vindo.

“A primeira semana você dá uma base física, na segunda semana tenta já colocar o jogo coletivo com os cinco momentos do jogo, como é que vou me defender, como é que vou atacar, como é que vou me portar quando eu recuperar a bola, como é que vou me portar quando eu perder a bola e a bola parada. São cinco momentos que precisamos treinar e muito, e nós não temos esse tempo”, completou Lopes.

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O Paraná Clube estreia no Campeonato Paranaense dia 17 de janeiro, diante do União Beltrão, e até lá não fará nenhum amistoso. Por isso, o entrosamento do time acontecerá durante a competição.

“O processo de desenvolvimento de jogo coletivo demora mais alguns jogos, esse sim precisa de mais jogos, precisamos tomar muito cuidado para não queimar etapas e sim desenvolver do mais simples para o mais complexo o que a gente espera que eles façam em todos os momentos do jogo”, avaliou o treinador, que faz questão de valorizar o elenco que tem mãos. Lopes participou da contratação dos cinco reforços que já foram anunciados pelo Paraná Clube.

Elenco enxuto

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Outro fator complicador para o novo trabalho é o elenco enxuto, pelo menos por enquanto. Nos primeiros dias de preparação, Wagner Lopes conta com apenas 22 jogadores, que ficarão concentrados no CT Ninho da Gralha até o fim de janeiro.

“A ideia é começar em um processo de readaptação e esforço, e junto com a preparação física que é um trabalho integrado, colocarmos os princípios e as regras que a gente quer. Como a gente quer que o atleta se comporte com a bola e sem a bola. Não temos pretensão nenhuma de ensinar ninguém a jogar, muito pelo contrário todos sabem jogar, por isso que foram escolhidos para estarem aqui”, apontou ele, que deve receber ainda o meia João Paulo, ex-Santa Cruz, e o atacante Zé Carlos, que disputou a última série B pelo CRB, além do goleiro Richard, que teve sua compra encaminhada pelo Tricolor.

Apesar das dificuldades, o treinador tem motivos para comemorar este recomeço. Mesmo interrompendo um trabalho promissor no ano passado, Wagner Lopes é uma unanimidade no clube e também entre os torcedores.

“Eu senti como se não tivesse saído daqui, como se estivesse aqui nesse tempo todo. Isso aumenta ainda mais a responsabilidade. É um sentimento muito bom”, encerrou.