Paraná Clube toma um baile do Azulão

Em pleno domingo de Carnaval, a tarde foi de Dia das Bruxas na Vila Capanema. Numa péssima atuação, o Paraná foi derrotado por 2 a 0 pelo Iraty e deixou a torcida de cabelo em pé. O Tricolor está cada vez mais longe da zona de classificação e já sente a ameaça de uma eliminação precoce no Paranaense 2008.

Após oito rodadas do Estadual, o Paraná tem apenas nove pontos. Está na décima posição e, como só os oito primeiros se classificam, a torcida está apavorada com a possibilidade de mais um vexame. O próximo adversário é o Coritiba, no sábado, e o Tricolor precisa desesperadamente da vitória.

O Iraty teve uma grande atuação na Vila e transformou o jogo em um pesadelo para os paranistas. Logo a dois minutos, Rodriguinho aproveitou uma bobeada da zaga tricolor e tocou para Nill, que apareceu livre na área e marcou o primeiro do Azulão.

O gol logo no início acabou com qualquer estratégia e o Paraná passou a se atirar ao ataque sem nenhuma organização. As oportunidades apareceram, mas também os espaços que o time do interior precisava para levar perigo nos contra-golpes.

Aos 19?, o Tricolor quase chegou lá. Cristian deixou Jéfferson na cara do gol, mas ele chutou em cima do goleiro Wélder. O técnico Saulo de Freitas perdeu a paciência e fez o que toda a torcida pedia desde o começo. Aos 20?, sacou Nem e colocou o garoto Éverton, desmanchando o esquema com três zagueiros.

O Paraná seguiu pressionando, mas o Iraty estava atento e, apostando nos contra-ataques, chegou ao segundo gol. Aos 31?, Cristian perdeu a bola no meio-campo pra Rodriguinho, que lançou Nill. O goleiro Fabiano Heves saiu bem do gol e conseguiu desviar, mas a bola sobrou pra Gilson, que apenas rolou para o gol vazio.

Por pouco o Iraty não marcou mais um ainda na primeira etapa. A defesa paranista estava perdida em campo, deixando a galera horrorizada. E quando conseguia chegar ao ataque com perigo, o Tricolor esbarrava em Wélder, que fez pelo menos duas grandes defesas.

O segundo tempo não foi nada daquilo que o torcedor paranista esperava. Sem qualquer organização, o Paraná partia pra cima, mas esbarrava sempre na defesa do Iraty, que tratou apenas de administrar o resultado.

Saulo tentou de tudo, mas a falta de qualidade do elenco tricolor não oferece muitas alternativas. Tentando reverter o panorama, o técnico apostou no contestado Massaro e no polêmico Joelson. Como já era esperado, não adiantou nada e, pra piorar, Jéfferson torceu o tornozelo e deixou o Tricolor com apenas dez homens em campo. Joelson ainda recebeu cartão vermelho, aos 47?, quando a torcida já gritava ?olé? no toque de bola do Iraty e não perdoava jogadores, comissão técnica e diretoria.

Agora, o Paraná terá uma semana de preparação para o clássico. O jogo contra o Coxa está marcado para as 18h15 do próximo sábado, na Vila Capanema. Hora de reagir. Ou afundar ainda mais.

PARANAENSE 2008

1.ª fase  8.ª rodada

PARANÁ 0 x 2 IRATY

Paraná: Fabiano Heves; Leonardo Dagostini, Nen (Everton  20? 1.º) e Luís Henrique; Araújo (Joelson  5? 2.º), Goiano, Léo, Cristian e Daniel Cruz (Massaro  24? 2.º); Giuliano e Jéfferson. Técnico: Saulo de Freitas.

Iraty: Welder; Paulo Miranda, Éverson e Reginaldo Nascimento (Rogério  38? 2.º); Airton, Diogo (Sílvio  21? 2.º), Ricardinho, Almeida e Nill; Rodriguinho (Everton  17? 2.º) e Gilson. Técnico: Antônio Lopes Júnior.

Gols: Nill, aos 2?, e Gilson, aos 31? do 1.º tempo.

Árbitro: Elton Mello Nobre

Assistentes: Sirlei Piva e Sandra Maria Dawies

Cartões amarelos: Leonardo Dagostini, Everton (P), Reginaldo Nascimento, Diogo e Airton (I)

Cartão vermelho: Joelson (P), aos 47? do 2.º tempo.

Local: Durival Britto, em Curitiba

Público: 3.303 (2.820 pagantes)

Renda: R$ 24.535,00

Após derrota pro Iraty, Saulo balança

Fábio Alexandre
Técnico acredita na recuperação, mas cobra reforços da diretoria.

A semana do clássico com o Coritiba não começa nada tranqüila para o Paraná. Ainda mais contestado após a derrota de 2 a 0 para o Iraty, ontem na Vila Capanema, o técnico Saulo de Freitas está balançando e pode não durar até sábado.

A torcida tricolor ficou furiosa com o vexame em casa e não poupou quase ninguém. A pressão por mudanças está cada vez maior e, como sempre acontece no futebol brasileiro, a corda pode estourar do lado do treinador.

Saulo diz que está tranqüilo e não pensa em deixar o cargo. ?Estou chateado e envergonhado pela derrota. O Paraná não pode perder para o Iraty. Mas quero permanecer e tenho certeza que o time vai sair dessa situação?, promete.

Mesmo com o discurso de confiança, o Tigre da Vila voltou a cobrar reforços da diretoria. ?Como treinador, me sinto sufocado. Não tenho muitas opções na hora das substituições, já que a maioria dos que ficam no banco são juniores. Precisamos de um matador, de um atacante de área com velocidade. A diretoria precisa tomar uma atitude?, pediu.

Sobre o jogo de ontem, Saulo não teve muito o que explicar. ?Deu tudo errado. Foi a pior partida do time sob o meu comando. Tomamos o gol numa distração e não soubemos aproveitar a oportunidade. Mas no futebol é assim. Tem dia que é noite?, brincou.

Para os jogadores, faltou mais tranqüilidade na hora de concluir as jogadas. ?Um time grande, quando não está em boa fase, é assim. Se tem meia chance de gol, tem que aproveitar. Faltou competência, hombridade e um pouco mais de amor à camisa?, disparou o zagueiro Luís Henrique.

Fora da área

Segundo o vice-presidente Aquilino Romani, a diretoria do Paraná vai definir nas próximas horas que medida vai tomar para espantar a crise. ?O time não está nada bem. Tem jogadores que precisam se esforçar mais em campo. Estamos buscando reforços e vamos ter uma conversa com a comissão técnica. O time não está rendendo. É uma correria sem nenhuma organização?, criticou.

Ontem, nem o presidente Aurival Correia, nem o diretor de futebol Durval Lara Ribeiro foram vistos na Vila. ?Estamos tentando um contato com o presidente por telefone, para fazermos uma avaliação?, disse Romani, que não descarta uma mudança no comando técnico.

Quem também pode ganhar a conta é o meia Joelson. ?A expulsão dele foi ridícula?, detonou o cartola.

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