Paraná Clube se recupera em cima do Corinthians

O Paraná deu a volta por cima no Brasileirão. Ontem, contra o Corinthians, o Tricolor fez muito mais do que a magra vitória por 1 a 0, com um gol de pênalti, pode sugerir. Com uma atuação sólida e muita personalidade, o time da Vila Capanema se recuperou das goleadas sofridas diante de São Paulo e Náutico e deu uma nova esperança à torcida.

O triunfo paranista, aliado às derrotas de Flamengo e Atlético, tirou o time da zona de rebaixamento. Agora, o Tricolor soma 31 pontos e está na 15.ª posição. Mas a situação está longe de ser confortável, já que o fantasma da Segundona está apenas dois pontos atrás. O próximo desafio é contra o Sport, no domingo, em Recife (PE).

Desde o apito inicial, o Paraná teve o domínio da partida. O gol poderia ter saído logo aos 6?. Batista mandou uma bomba certeira de fora da área, mas o goleiro Felipe foi ainda melhor e mandou para escanteio. Pouco depois, o time da casa reclamou um pênalti. O zagueiro Marinho teria cortado com a mão um cruzamento de Everton para Josiel, mas o árbitro nada marcou.

Quando o Corinthians tentou dar a resposta, esbarrou em um gigante em frente à meta. O jovem Gabriel, 22 anos, substituiu Flávio, contundido, e não deixou a torcida sentir saudades do Pantera. Aos 22?, Vampeta acertou um belo lançamento para Lulinha, que bateu cruzado e parou no goleiro paranista.

No minuto seguinte, o Tricolor chegou ao gol da vitória. Paulo Rodrigues invadiu a área em velocidade e foi derrubado por Vampeta. O artilheiro Josiel foi para a cobrança, deslocou Felipe com uma paradinha e balançou a rede pela 17.ª vez no campeonato.

Em noite inspirada, Paulo Rodrigues quase marcou o segundo em um chute de longe, mas Felipe estava atento. Na última jogada do primeiro tempo, Josiel quase marcou um golaço. Ele deu um chapéu em Gustavo Neri dentro da área, mas o lateral alvinegro se recuperou e conseguiu o desarme.

O segundo tempo seguiu na mesma balada. O Corinthians não tinha outra alternativa senão partir para cima. E daí foi a vez da defesa paranista aparecer. Finazzi e Lulinha bem que tentaram, mas não conseguiram superar o paredão tricolor. E quando a zaga falhava, lá estava Gabriel para garantir os três pontos.

Nos contra-ataques, o Paraná esteve perto de ampliar o placar. Mas a vitória simples já era o suficiente para fazer a festa da torcida, que voltou para casa com a impressão que o pior já ficou para trás.

Gabriel brilha no gol, mas já tem sombra

Um dos maiores destaques da vitória tricolor sobre o Corinthians é pouco conhecido pela maioria da torcida. O goleiro Gabriel, 22 anos, passou com louvor em um teste de fogo. Num jogo em que qualquer falha poderia ser fatal, ele substituiu o experiente Flávio e foi essencial para a reabilitação da equipe.

Revelado nas categorias de base da Vila, Gabriel iniciou a temporada como terceira opção para o gol. Mas a negociação de Marcos Leandro com o Botafogo e a contusão de Flávio jogaram a camisa 1 no colo do garoto.

O jogo de ontem foi a primeira oportunidade de Gabriel como titular. Antes, ele havia entrado no decorrer do empate de 0 a 0 com o Vasco, no dia 12 de agosto, e no segundo tempo da derrota de 4 a 2 para o Náutico, na última quinta-feira. ?Trabalho duro para poder corresponder quando o time precisa. O importante foram os três pontos. Não precisa dar espetáculo ou ganhar de goleada?, comemorou.

Porém, a experiência de Gabriel como titular pode ser curta. Além de apostar na recuperação do Flávio, o Tricolor apresenta hoje um novo reforço para o gol. Fabiano Révis, que estava no Corinthians de Alagoas, já teve passagem pela seleção brasileira sub-20 e chega para completar o plantel de goleiros da Vila.

?Vitória tirou um peso das costas?, diz treinador

Valquir Aureliano
Batista e Daniel Marques não deram moleza para Finazzi: atitude do time espantou má fase.

A vitória sobre o Corinthians pode ser início de uma nova fase do Paraná no Brasileirão. Para o técnico Lori Sandri, o time mostrou que as acachapantes derrotas para São Paulo e Náutico são coisas do passado e o time tem bala na agulha para manter a reação.

?Não deixamos nenhum minuto de trabalhar e acreditar na equipe. A vitória nos dá uma tranqüilidade maior. Vamos trabalhar com os pés no chão para crescer ainda mais?, comemorou o técnico paranista.

Mas o que explica a metamorfose do frágil e inseguro time que perdeu de 4 a 2 para o Náutico para o aplicado e raçudo Tricolor que freou a reação do Timão? ?O Paraná não está devendo vontade. Contra o Náutico fomos muito ingênuos, infantis. Tomamos um gol logo aos 4 minutos e isso abala. Todas as circunstâncias do jogo foram ruins. Hoje (ontem) a equipe foi muito bem e demos uma boa resposta?, avaliou Lori.

O volante Rafael Muçamba destacou a mudança de atitude da equipe. ?Fizemos valer o mando de campo. O time foi guerreiro, mesmo com os desfalques?, disse, lembrando que o Paraná não pôde contar com o goleiro Flávio, os zagueiros Nem e Neguete e o volante Beto. ?Vários atletas com uma experiência maior ficaram de fora. Mas os garotos mostraram que estamos bem servidos?, elogiou Lori.

Agora, o Paraná inicia mais aliviado uma semana em que poderá se concentrar apenas nos treinos. O time só volta a campo no domingo, contra o Sport. ?Ninguém vai ter sossego. Mas essa vitória tirou um peso muito grande dos nossos ombros e dá estabilidade emocional ao grupo?, conclui o técnico paranista.

25.ª rodada – Brasileirão

PARANÁ 1 X 0 CORINTHIANS

Paraná

Gabriel; Daniel Marques, João Paulo e Toninho; Araújo, Rafael Muçamba, Batista e Everton (Giuliano) e Paulo Rodrigues; Lima (Vandinho) e Josiel.

Técnico: Lori Sandri

Corinthians

Felipe; Zelão, Marinho (Clodoaldo) e Betão; Carlos Alberto (Moradei), Bruno Octávio, Vampeta, Lulinha (Bruno Bonfim) e Gustavo Nery; Everton Santos e Finazzi.

Técnico: Zé Augusto

Local: estádio Durival de Britto, em Curitiba-PR

Renda: R$ 107.103

Público: 6.688 pagantes (7.264 total)

Árbitro: Willian Marcelo Souza Nery (RJ)

Assitentes: Marcos Tadeu Peniche Nunes (RJ) e Ezequiel Barbosa Alves (MS)

Cartões amarelos: Daniel Marques (P)

Gols: Josiel, aos 24 minutos do 1.º tempo

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