Paraná Clube pede isonomia à CBF

O Paraná Clube encaminhou ontem à Confederação Brasileira de Futebol um ofício solicitando que a tabela da penúltima rodada do Brasileirão seja revista. A diretoria optou por tentar uma solução político-administrativa ao invés de ingressar com uma ação judicial.  

O documento, assinado pelo presidente Aurival Correia e pelo vice jurídico Luiz Carlos de Castro, se baseia na ?lei? da isonomia e foi encaminhado ao diretor técnico da entidade, Virgílio Elísio da Costa Neto.

?Acredito que até segunda-feira teremos uma posição?, disse Luiz Carlos. Uma posição reforçada pela mudança confirmada ontem pela CBF no jogo Figueirense x Náutico. O clube pernambucano não está livre do risco de rebaixamento e diante disso a partida – inicialmente programada para domingo (25/11) – foi remanejada para quarta-feira, dia (28/11), obedecendo a ?simultaneidade com os jogos Corinthians x Vasco e Atlético-MG x Goiás?, segundo a nota, assinada por Virgílio Elísio.

Diante de mais esse episódio, ou a CBF cometeu novo deslize ou definitivamente já considera o Paraná Clube fora do páreo nessa luta pela permanência na Série A. O vice jurídico do Paraná acredita numa solução ?pacífica? para esse impasse, mas já estuda outras possibilidades caso a CBF não dê um perecer favorável à solicitação do tricolor. ?Entendo que a tevê tenha a participação na escolha dos jogos a serem transmitidos. Mas não tem autonomia. Quem organiza o campeonato é a CBF?, justificou Luiz Carlos de Castro.

O advogado vai se reunir com Domingos Moro – que representa o clube em ações no Rio de Janeiro – no caso de uma negativa. ?Acredito que podemos ingressar com um mandado de garantia no STJD?, explicou. Mesmo que o regulamento da competição, em seu artigo 27, determine que ?todos os jogos da última rodada deverão ser simultâneos?, vê possibilidade de sucesso, ainda mais diante da alteração processada no jogo do Náutico.

O técnico Saulo de Freitas, mesmo afirmando que esse é um caso a ser resolvido pela diretoria, não escondeu seu descontentamento com o tratamento da CBF com o clube nesse momento delicado. ?O bom senso manda que todos joguem no mesmo horário. O futebol paranaense sempre é deixado de lado e isso é errado. É falta de respeito com uma entidade, com uma torcida?, desabafou o treinador paranista. ?Mas, se nada mudar, não tem crise, não. Vamos fazer a nossa parte e o tiro pode sair pela culatra?, arrematou.

Neguete quer equipe ?no limite?

?São 180 minutos para a gente jogar no limite?. É dessa forma que o zagueiro Neguete espera ver o Paraná fechar a temporada, conquistando seis pontos e superando seus concorrentes em um ?sprint? final. Algo improvável para a mídia nacional, reforçada pelos números. ?Jogamos contra tudo isso e contra dois grandes adversários. Mas aqui ninguém quer ficar marcado de forma negativa?, comentou Neguete.

O zagueiro sabe que a missão ganhou contornos dramáticos após a derrota a rodada do último fim de semana. Tudo por conta do ?efeito Maracanã?. No sábado, o tricolor perdeu para o Botafogo (3×2) e no dia seguinte, no mesmo local, o Santos foi derrotado pelo Flamengo. ?Sabemos que eles vêm com tudo, pois precisam do resultado para confirmar vaga na Libertadores. Vai ser difícil, mas nessa hora não tem jogo fácil, não?, afirmou.

Neguete lembrou que recentemente o Paraná obteve um bom resultado – e jogando bem – contra um dos melhores elencos do Brasil, o Internacional, que no entanto faz campanha irregular no Brasileirão. ?Vamos precisar do apoio da nossa torcida, impor um ritmo forte e não errar. Nessa hora, qualquer deslize será fatal?, encerrou.

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