Paraná Clube aprimora condicionamento físico

O Paraná Clube fechou ontem com um treinamento físico uma semana no mínimo atípica. Depois de dias de muita pressão resultado da situação delicada da equipe no Brasileirão, o grupo teve tempo para aprimorar a condição física, melhorar fundamentos técnicos e, como prêmio, receberam um fim de semana livre, sem atividade alguma. ?Foi uma semana intensa. Este descanso é necessário para que eles voltem na segunda-feira prontos para o trabalho?, explicou o preparador físico Fabiano Rosenau.

Restando duas semanas para o fim da temporada, os treinamentos desenvolvidos nos últimos dias foram direcionados para garantir que o grupo consiga se manter ?no limite? até o jogo contra o Vasco da Gama, no dia 2 de dezembro. ?Agora, cada um terá que dar o máximo. É tudo ou nada, até o último pique?, comentou Rosenau. O preparador físico garante estar satisfeito com a resposta obtida com os atletas desde a sua chegada. ?Hoje, vejo um grupo confiante e com força para encarar em igualdade de condições todos os adversários?, analisou.

Na sua visão, a comissão técnica vem trabalhando em perfeita sintonia. Não apenas no que diz respeito ao trabalho de campo, treinos físicos, técnicos e táticos, mas também fora das quatro linhas. ?Não fosse o suporte que o Gilberto (Gaertner, o psicólogo do clube) nos deu, a dificuldade seria maior?, ponderou. Fabiano acredita que por tudo isso, o Paraná vem conseguindo se manter vivo na competição, mesmo diante das dificuldades. ?Apesar da situação tensa, o grupo está bem. A gente não vê brigas ou reclamações e há um clima de otimismo. Vamos sair dessa?, afirmou Fabiano Rosenau.

O preparador físico entende que com o trabalho intenso, o grupo reagiu, superando o marasmo que tomara conta do Tricolor em jogos anteriores. ?Quando chegamos, o time vinha de duas derrotas e parecia entregue. Hoje, a gente vê que a confiança voltou. Mesmo com a derrota no Rio de Janeiro, ninguém se entregou e o Paraná vai levar a definição desse quadro até a última rodada?, assegurou Rosenau. Os jogadores e o próprio técnico Saulo de Freitas torceram o nariz para esta semana de ?folga?. Todos preferiam estar jogando, tentando pôr fim à angustia que vem fazendo parte do cotidiano paranista há tempos, desde o primeiro turno da competição. No entanto, sob o olhar da preparação física, a parada foi importante, para diminuir o estresse e recarregar baterias para os 180 minutos de decisão que o Paraná tem pela frente. Isso sem contar a torcida por tropeços de seus mais diretos concorrentes, como Náutico, Corinthians e Goiás.

Uma carta na manga

Se a maioria dos atletas não gostou da parada no Brasileirão, houve jogador que comemorou. Um deles é o lateral-direito André Luiz, sonhando com a possibilidade de ser aproveitado nos dois jogos que restam para o Paraná Clube neste Brasileirão. Depois de oito meses se recuperando de uma lesão no tornozelo direito, o jogador está enfim apto a voltar aos gramados. Sabe que corre por fora, devido à previsível falta de ritmo, mas não desiste da idéia de ajudar o Tricolor nesta reta final.

?Já procurei o Saulo e me coloquei à disposição. Se precisar, estou aí?, disse o jogador, que aproveitou a semana para trabalhar intensamente com o grupo. ?Se tiver uma chance, vontade é que não vai faltar?, comentou. André Luiz não quer mais nem saber de passar perto do departamento médico. ?Foi um período ruim. Você querendo ajudar e sem condições, com a perna imobilizada?, lembrou. O lateral se machucou no Paranaense, num jogo contra o Adap Galo, no dia 4 de abril.

Uma fortíssima entorse no tornozelo, que o deixou inativo durante alguns meses. Quando se preparava para retornar, precisou passar por uma cirurgia, pois foi dectado um problema nos tendões do tornozelo machucado. Nesse momento, o Paraná renovou o contrato do atleta até ano que vem, dando tranqüilidade para ele se recuperar sem traumas. ?O duro é que a lesão ocorreu quando eu vivia um grande momento. Acho até que se não tivesse me machucado, seria negociado antes mesmo do Brasileiro, pois propostas estavam surgindo?, comentou.

André Luiz ficou de fora das finais do Paranaense e desfalcou o time na Libertadores. E, desde então, todos os treinadores tiveram muita dificuldade para preencher essa lacuna. ?No início do ano, o time estava muito bem. Hoje, a situação é outra, muito delicada. Mas estou aí para ajudar. Não quero ver este clube na Segunda divisão e tenho certeza que com duas vitórias a gente sai dessa?, finalizou o ala, animado com a possibilidade de voltar a vestir a camisa 2 do Tricolor.

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