Otacílio sofre para manter o time-base

Ainda não será desta vez que o técnico Otacílio Gonçalves conseguirá repetir a escalação de sua equipe. Até aí, nenhuma novidade. O Paraná Clube disputou quatorze jogos neste Brasileirão-2002 e só nas duas primeiras rodadas entrou em campo com a mesma formação. Já foram processadas cinco mudanças em relação ao time-base armado no início da competição. Essa inconstância foge à política do treinador paranista, que por onde passou sempre fez questão de acertar uma equipe e não processar profundas mudanças.

As trocas, porém, vem surtindo resultados. Tanto que os jogadores que entraram, não mais saíram do time. Os melhores exemplos são os meias Goiano e Émerson, jogadores mais regulares da equipe no campeonato brasileiro e que, no início, estavam relegados ao banco de reservas. Na mesma maré, Bosco também “roubou” a posição de Luís Paulo e agora a dupla de zaga começa a ganhar consistência com os garotos Juliano e Weligton. Tanto que os dois já estão confirmados para o jogo desta terça-feira, frente ao Fluminense, no Maracanã.

“Isso só acontece no futebol. Dias atrás, o Weligton estava enfrentando equipes desconhecidas do interior paulista. Hoje, já encarou o Fábio Júnior, do Cruzeiro, e agora poderá ter pela frente o Romário, em pleno Maracanã”, analisou Otacílio Gonçalves. O zagueiro foi muito elogiado pelo seu rendimento na estréia. “Jogou com personalidade e comprovou aquilo que desenvolvera nos treinamentos”, disse o técnico paranista. A zaga vinha sendo, até aqui, o setor de maior preocupação.

Os números comprovam a instabilidade. Enquanto o ataque já marcou 23 gols -apenas três a menos que os melhores ataques do Brasileirão – a defesa já sofreu 24 – somente cinco a menos que a mais vazada – (não estão computados os números dos seis jogos disputados ontem). “Estes detalhes estão comprometendo nossa campanha. Temos conseguido bons rendimentos, mas no geral perdemos muitos pontos de forma infantil”, analisou o goleiro Marcos. As maiores lamentações estão relacionadas aos jogos contra Corinthians e Cruzeiro, onde o Paraná deixou escapar cinco pontos decisivos.

Mesmo em período eleitoral, as atenções dos atletas estão mais voltadas para a seqüência de jogos onde “errar é proibido”. O Paraná enfrenta o Fluminense, no Rio de Janeiro, retorna para pegar o Vitória e depois vai para dois jogos fora, contra Paysandu e Vasco. “Mobilização total. Este grupo é unido e já mostrou qualidades. É hora de nos firmarmos e abandonar de vez esta zona de risco”, disse o capitão Maurílio. Otacílio Gonçalves deixou apenas uma dúvida no ar, que só será desfeita oficialmente no treino de amanhã pela manhã.

Leandro é o mais cotado para ocupar a vaga deixada por Goiano – no departamento médico devido à uma lesão no joelho esquerdo -, mas a comissão técnica teria ainda outras quatro opções: Ronaldo, César Romero, Isaías e até mesmo o zagueiro Xandão. Leandro, que começou a competição como titular e só saiu devido à uma contusão muscular, é a “bola da vez”, mesmo não tendo características similares às de Goiano.

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