Ordem no Paraná Clube é atacar para sobreviver

?É hora de trocar calculadora por bola na rede.? É dessa forma que o atacante Vandinho espera virar o jogo a favor do Paraná Clube na reta final do Brasileirão. Recuperado de uma lesão muscular, ele está confirmado no ataque, ao lado do artilheiro Josiel. Uma dupla que foi idealizada no papel, mas que efetivamente ?não aconteceu? na prática. ?Agora, é tudo ou nada. Vamos buscar esse entrosamento na marra?, disse Vandinho, que nesse Brasileiro foi atacante, meia e até ala.

O curinga reconhece que sua participação, até aqui, foi marcada por altos e baixos. ?A rigor, ainda estou buscando meu espaço. Mas, no momento, o que menos importa é jogar bem. Temos que vencer, somar pontos?, comentou. Tendo na velocidade sua principal característica, curiosamente Vandinho atuou poucas vezes como parceiro de Josiel. Num primeiro momento, ainda com Pintado no comando técnico, ele atuava como um meia pelo lado direito, com liberdade limitada. Passou a ser questionado e caiu de rendimento com o decorrer dos jogos. A partir da chegada de Gilson Kleina, Vandinho foi efetivado no ataque. Foram seis jogos em parceria com Josiel, mas num período de vacas magras.

Lori Sandri, quando assumiu, também tentou dar força ao jogador, mas logo Vandinho foi relegado ao banco de reservas e só conseguiu dar a volta por cima ao ser escalado na ala direita. Agora, Saulo de Freitas tenta, enfim, ver em campo uma dupla afinada. ?Precisamos disso, de gols. O time não pode ficar apenas na dependência do Josiel?, analisou o treinador paranista.

Vandinho, assim, tem não só a responsabilidade de municiar o goleador como também de balançar as redes. ?Até conversei sobre isso com o Josiel, antes do treino. Já tá na hora da gente comemorar um gol?, disse Vandinho, numa referência aos três jogos de jejum da equipe. Aliás, se a defesa vai mal – é a terceira mais vazada -, o ataque não vive dias melhores.

Com apenas 36 gols (metade deles de autoria de Josiel), o Tricolor tem o quarto pior ataque do Brasileirão, à frente apenas de América-RN, Juventude e Corinthians, coincidência ou não, os companheiros do clube na zona do rebaixamento. Em quase metade das rodadas disputadas – 14, num total de 32 – o Paraná passou em branco no quesito gols marcados. ?A virada começa domingo?, garante Vandinho.

O atacante está preocupado com o presente, mas comprometido com o futuro. ?Tenho contrato até 2010 e não vim para o Paraná para disputar a Série B. Estou junto nesse barco e acredito que dá. Se nossas chances se limitam a 5%, pouco importa. Vamos tentar derrubar essa matemática?, finalizou Vandinho.

Capitão dá baixa e só volta em 2008

O capitão Beto está fora do Brasileiro. O jogador foi oficialmente vetado pelo departamento médico. Resultado do traumatismo craniano que sofreu no fim do mês passado, frente ao Fluminense. No início dessa semana, o volante tentou acelerar seu retorno, intensificando os treinos físicos. Passou mal e teve que voltar ao hospital.

?Tentei dar umas pedaladas e não suportei?, revelou Beto. O jogador admitiu ter ficado assustado com os efeitos do treino mais forte. ?Tive dores de cabeça muito fortes. Felizmente os exames mostraram que está tudo normal?, disse.

Beto ficará na torcida pelos companheiros e volta só em janeiro.

O caso Batista vai a julgamento

O caso Batista vai a julgamento no próximo dia 30 de outubro (terça-feira). A sessão da 2.ª Comissão Disciplinar – formada por dois auditores de São Paulo e outros três do Rio de Janeiro – terá início às 17h. O STJD acatou a denúncia elaborada pelo procurador Eduardo Costa Machado na íntegra. Sob a suspeita de triangulação na transação de Batista, vão para o banco dos réus o Paraná Clube; seu presidente afastado José Carlos de Miranda; o atleta Batista; o presidente do Avaí, João Zunino; além de funcionários da FPF, Laércio Polanski, e da CBF, Luís Augusto de Castro.

O advogado Domingos Moro já trabalha na defesa e hoje tem reunião com o presidente Aurival Correia para uma definição da estratégia a ser adotada. Moro admite que o inquérito é amplo e muito bem embasado. ?O trabalho será árduo. Mas acredito que é possível impedir o pior?, disse. A referência do advogado não se restringe aos ?72 pontos? tão badalados nos últimos dias. ?Pela denúncia, se condenado o Paraná pode pegar meses de suspensão. É uma possibilidade remota, mas temos que nos cercar de tudo, pois há muita coisa em jogo?, disse Domingos Moro.

Advogado do Paraná Clube em todos os processos que tramitaram nos últimos anos no Superior Tribunal de Justiça Desportiva, Domingos Moro acredita que a questão deverá ser segmentada. A defesa de Batista, por exemplo, tende a ficar a cargo de outro advogado, possivelmente ligado à L.A. Sports, que agencia o atleta. ?É melhor dividir o trabalho e atuar em algumas frentes?, disse Moro. ?Mas tudo isso será definido nessa reunião que terei com o presidente do Paraná?, completou.

Nesse encontro, Moro também saberá qual o procedimento a ser adotado em relação ao presidente afastado José Carlos de Miranda, parte interessada no processo. A origem de toda a bronca está no contrato de Batista com o Paraná, erroneamente registrado em março, sem o aval da Adap, seu clube de origem. O mesmo foi rescindido judicialmente depois que Batista obteve liminar na Justiça do Trabalho para jogar no Avaí. Como, após cinco meses no clube catarinense, Batista voltou à Vila Capanema, o STJD passou a suspeitar de uma triangulação para tirar o atleta da Adap.

Voltar ao topo