Operários da bola dão duro no Campeonato Paranaense

O futebol paranaense tem seis jogadores que não param. Eles começaram a temporada na Primeira Divisão do Campeonato Paranaense, passaram pelo Segundona e agora correm atrás do “pão de cada dia” na Terceirona. O que pode ser interpretado como um passo atrás na carreira, já que estavam na elite estadual e agora disputam um torneio quase semiamador, para eles é mais uma oportunidade de estar na vitrine. “Por estarmos na Terceira Divisão, depois de jogarmos na Segunda e na Primeira, tem gente que considera uma regressão. Acho que estou dando um passo atrás para dar dois para frente. Não me arrependo de estar aqui”, destaca o volante Bruno Guerreiro, que trilha caminho igual ao do também volante Renan, do zagueiro João Renato, do goleiro Spada, do meio-campo Alex e do atacante Piki.

Destes verdadeiros operários da bola, quem mais atuou no ano é o goleiro Spada. Ele começou a temporada no Roma Apucarana, passou pelo FC Cascavel e agora está no PSTC. Já disputou 47 jogos e não lembra de ter tido nenhum final de semana de folga. “É um número alto. O problema é que não tive nem uma semana de folga. Então o corpo cansa e daqui a pouco as falhas aparecem”, preocupa-se. Mas tem quem não reclame. “Eu fiz 36 jogos no ano. É um número razoável, mas não posso nem dizer que é muito. Tenho que agradecer que estou jogando. Acho que tem muitos atletas que gostariam de estar disputando a Terceira Divisão e não estão. É uma oportunidade. Atleta de futebol tem que estar no mercado”, afirma o volante Renan, que está no Júnior Team e antes defendeu Corinthians-PR e Nacional de Rolândia.

O meio-campo Alex, que defendeu Roma Apucarana, FC Cascavel e agora está no PSTC, não esconde que gostaria de disputar em outra competição de um nível mais elevado. “O Estado de São Paulo é o melhor lugar para ir. Tenho contrato de dois anos com o Roma e me emprestaram para cá. É uma solução. Não dá para disputar a primeira e ficar parado o resto do ano”, diz, pensando igual ao zagueiro João Renato (Cascavel, Foz e Junior Team). “A gente sempre quer alguma coisa melhor, mas às vezes você não encontra e tem que ir com o que aparece. Pelo menos estou em um clube correto, com estrutura e que paga em dia”, analisa.

Mas para os operários da bola, a rotatividade tem o lado positivo. “Pelo menos um campeonato começa depois que termina o outro. Isso te dá um calendário para o ano todo. É uma saída. Se não fosse assim eu estaria parado em casa”, comentou o atacante Piki, que já vestiu as camisas de Paranavaí e Foz do Iguaçu e agora defende o Francisco Beltrão, time de melhor campanha na Terceirona.

Sonhando com clubes mais estruturados, eles até dão sugestões à Federação Paranaense de Futebol. “Tinha que ter calendário para os times da Primeira Divisão que ficam parados no segundo semestre. São times como boa estrutura, que pagam bem e poderiam empregar muita gente”, avalia Spada, já estudando propostas para o início da temporada 2012.

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