O futebol paranaense viveu, na tarde deste domingo (19), um dos seus capítulos mais vergonhosos. Coritiba e Atlético, principais clubes do Estado, foram impedidos de disputar o clássico 370 da história, na Arena da Baixada. A Federação Paranaense de Futebol (FPF) causou uma revolta geral das torcidas no Joaquim Américo ao não permitir a realização da partida por conta da transmissão inédita organizada pela dupla via internet. As diretorias do Coxa e do Furacão não abriram mão de transmitir online a partida e atleticanos e alviverdes, de forma histórica, se uniram por um futebol paranaense melhor.

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Com os dois times postados, a arbitragem não autorizou o início da partida e uma pequena confusão se formou na beira do gramado. A primeira informação é de que os profissionais que trabalhariam na transmissão não estavam credenciados. Mas o buraco era mais embaixo. A ordem ao árbitro Paulo Roberto Alves Júnior para não realizar a partida enquanto a transmissão estivesse no ar via internet veio do presidente da Federação Paranaense de Futebol (FPF), Helio Cury.

Cerca de 15 minutos depois, o Atlético, puxado pelo técnico Paulo Autuori, voltou para o vestiário. A partir daí, os rumores ficaram mais fortes do possível cancelamento da partida. As torcidas dos dois clubes passaram a protestar contra a entidade máxima do futebol paranaense. Com as informações passadas pelo sistema de som da Arena, os gritos de vergonha foram entoados por coxas-brancas e atleticanos.
Por volta das 17h30, os dois times retornaram ao gramado, enquanto os dirigentes das duas equipes tentavam convencer a arbitragem a iniciar a partida.

Os mesmos cartolas fizeram muitas ligações buscando solucionar o problema, mas nada fez a FPF mudar de ideia. O vice-presidente do Coxa, José Fernando Macedo, declarou que sugeriu à arbitragem que os profissionais que fariam a transmissão via internet saíssem do gramado, mas a resposta foi negativa mais uma vez.
Por volta das 17h40, os jogadores titulares e reservas de Coritiba e Atlético voltaram ao gramado da Arena da Baixada. Intercalados e de mãos dadas, os atletas e os técnicos Paulo Autuori e Paulo César Carpegiani se reuniram no meio de campo e aplaudiram o público presente no Joaquim Américo.

Por volta das 17h45, o quarteto de arbitragem se retirou do gramado e logo em seguida o sistema de som da Arena confirmou o cancelamento do jogo. Imediatamente as duas torcidas começaram a protestar contra a FPF e, em coro, gritaram vergonha.

Fora da Arena da Baixada, poucos minutos depois das saídas das torcidas, algumas confusões foram registradas. Houve alguns confrontos entre torcedores do Coxa com a Polícia Militar, mas nenhuma ocorrência foi registrada. O delegado da Delegacia Móvel de Atendimento a Futebol e Eventos (DEMAFE), Luiz Carlos de Oliveira, afirmou que o cancelamento da partida poderia ter causado muitos estragos e confrontos fora do estádio.

“Lamentavelmente o fato que ocorreu, da alteração do jogo, isso nos trouxe uma dificuldade muito grande. Mas pelo que vimos, foi até tranquilo. Poderia ter causado um estrago muito maior. Além da rivalidade clubística, torcedores de Atlético e Coritiba vieram até aqui com a disposição de assistir o jogo e é alterado, é cancelado. Isso traz um transtorno muito grande”, concluiu Oliveira.

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